A segunda Feira Nacional da Reforma Agrária, realizada em São Paulo, neste final de semana, foi mais um momento para os militantes do PT e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) protestarem contra as reformas impostas pelo governo de Michel Temer (PMDB) e ampliar debates sobre polícias públicas. Presente ao evento com personalidades públicas de diferentes setores da sociedade, o deputado federal baiano Valmir Assunção (PT) destacou a participação dos ex-presidentes do Brasil e do Uruguai, Lula e Pepe Mujica, respectivamente. "O MST mostrou força e reuniu lideranças políticas importantes, artistas e intelectuais, e ampliou o debate sobre a necessidade de uma agricultura mais saudável em contraponto aos alimentos cheios de veneno do agronegócio. Foram alguns dos temas tratados nesta feira. Precisamos mostrar para a sociedade a importância dos movimentos sociais no Brasil e não criminalizá-los", diz.
Além dos ex-presidentes sulamericanos, a conferência do MST recebeu sua direção nacional e apoiadores, como a atriz Letícia Sabatella, o cantor Tico Santa Cruz, a apresentadora e nutricionista Bela Gil, que também expuseram elementos para debate em torno do tema da produção de alimentos saudáveis, da luta contra o agronegócio e da necessidade da realização da reforma agrária. Quem falou sobre a questão agrária no Brasil e na América Latina, foi Pepe Mujica, ao lembrar que 'a história da América Latina é a história de duas nações feudais, que repartiram a terra com critérios feudais', o que explica, em parte, a alta concentração de terras em grandes latifúndios em todos os países do continente. "É preciso seguir lutando pela terra. A terra não deve ser propriedade privada, mas sim propriedade de uso, de trânsito. A terra pertence à humanidade", disse Mujica.
Os militantes Sem Terra receberam o ex-presidente Lula com festa e com gritos de ordem, além de defenderem o nome dele para as eleições de 2018. Entre os gritos e canções entoados, estavam mensagens para a Rede Globo de Televisão. Na última sexta-feira (6), Lula também esteve na abertura do Congresso Estadual do PT em São Paulo e salientou a perseguição que sofre da mídia e em esferas do Judiciário. "Não foram poucos os almoços e conversas que tive com a família Marinho [proprietária da Rede Globo]. Eles nunca nos respeitaram. Quero que eles tenham um candidato que tenha um plim plim no peito, para nós dizermos com todas as letras: 'nós vamos regulamentar a comunicação neste país'. Não é possível que existam nove famílias que sejam donas de todos os maiores meios de comunicação da nação", salienta Lula.
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