A terra dos vagalumes, Uauá na língua Tupy Guarany, vivenciou a 9º Edição do Festival do Umbu, evento que a cada ano surpreende e hoje está consolidado como um espaço de valorização da agricultura familiar e da cultura popular, além de garantir a articulação de políticas públicas voltadas para as famílias acompanhadas pela Coopercuc - Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá.
O Festival é uma verdadeira vitrine, onde pode ser mostrada para toda região as potencialidades das famílias, cooperativas, associações e demais organizações econômicas e sociais do Semiárido baiano que trabalham com a agricultura de base familiar.
Com o tema "Integração dos sistemas produtivos no Semiárido", o Festival evidenciou em toda sua programação nos dias 28 e 29 de abril a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento, baseado na integração dos sistemas produtivos, buscando desenvolver processos sustentáveis que harmonizem a produção com os aspectos sociais, econômicos e ambientais.
Durante os dois dias de Festival, a Praça São João Batista respirou muita arte, cultura popular, sabores e saberes do Semiárido e também foi palco de muita troca de experiências e debates em torno de tecnologias sociais que possibilitem a produção integrada e apropriada ao Semiárido. Não ficou de lado no evento a reivindicação de políticas públicas que permitam a comercialização dessa produção oriunda da agricultura familiar, seja nos mercados institucionais ou através da economia solidária, exemplo que foi possível durante a Feira a partir da venda da diversidade de produtos expostos nos estandes dos empreendimentos vindos de diversos lugares.
Josimeire Dourado, presidenta da Associação de Artesão do Senhor do Bonfim, e uma das expositoras da Feira, diz que essa foi a primeira vez da artesã no Festival, mas que já considera um espaço que permite o fortalecimento das associações e cooperativas: "aqui a gente não só vende, é um espaço de troca de conhecimento. Eu mesmo que faço os moldes das minhas bonecas e hoje já compartilhei isso com outras pessoas que também trabalha com a confecção de bonecas", afirma Josimeire. Já para Marivaldo Guimarães, do empreendimento Cavi-Vida, o Festival possibilitou a divulgação dos seus produtos e a construção de uma rede de contatos que vai revender seus produtos.
A grande novidade dessa edição do Festival do Umbu foi a demonstração do Armazém da Agricultura Familiar, empreendimento que vai ser construído em Juazeiro, com o objetivo de disponibilizar produtos da agricultura familiar do Território Sertão do São Francisco, viabilizando assim a comercialização e fortalecimento das cooperativas e grupos de economia solidária da região.
Para Adilson Ribeiro, presidente da Central da Caatinga, organização que vai administrar o Armazém, o Festival do Umbu possibilitou mostrar para sociedade como vai funcionar esse importante espaço, além de permitir que a Central dialogasse com os representantes do governo do estado e construísse agenda com os mesmos para pautar a execução do projeto do Armazém. Isso reafirma o papel do Festival do Umbu na construção e manutenção das políticas públicas voltadas para a agricultura familiar. Além de movimentar consideravelmente a economia da cidade todos os anos, o Festival proporciona a geração de renda para mais de 30 empreendimentos.
Este ano, o evento contou com o apoio do Governo do Estado da Bahia, Prefeituras de Uauá, Canudos e Curaçá, entidades parceiras como Irpaa, STR, Cetep, além de seus/suas cooperados/as.
A Coopercuc, através da presidenta Denise Cardoso, agradece a todos e todas que contribuíram com o sucesso do Festival do Umbu 2017 e reafirma o compromisso da entidade com a agricultura familiar, a preservação da Caatinga e se mantém na luta em defesa da Convivência com o Semiárido.
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