O Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial (26 de abril) é um marco de luta contra a doença que mata 300 mil brasileiros por ano (820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada 2 minutos). A data sugere um alerta e propõe um momento de conscientização, visto que na última década o número de pessoas com hipertensão no país cresceu 14,2%.
De acordo com o coordenador médico da Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina, Elson Marques, é crescente também o número de pessoas que procuram as urgências e emergências por conta das síndromes hipertensivas descontroladas.
“Percebemos isso no nosso dia a dia, pois a hipertensão é uma doença silenciosa e que se apresenta muitas vezes com os sintomas de dor de cabeça, cansaço, tonturas e sangramento nasal. E esse quadro, muitas vezes, leva o paciente a procurar o serviço de saúde. Isso sem falar das situações mais graves, pois as consequências mais importantes da pressão alta estão relacionadas ao risco de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral”, esclarece.
É considerado hipertenso o indivíduo que, em repouso, apresenta a pressão igual ou superior a 14 por 9. Esse é o número de corte. Para ajudar no diagnóstico, adultos devem medir a pressão arterial a cada seis meses, principalmente se houver histórico na família, e crianças também devem aferir a pressão com regularidade, pois não estão livres do problema. Além da hereditariedade, os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença são: consumo de álcool; obesidade; idade; ingesta excessiva de sal; sedentarismo; tabagismo; alterações dos níveis de colesterol e diabetes.
Hipertensão na gestação
Segundo o médico obstetra do Hospital Dom Malan, Marcelo Marques, a hipertensão na gestação é a principal causa de morte materna no Brasil. E as consequências podem se estender ao bebê, já que muitas vezes a gestação precisa ser interrompida antes do tempo. “Em alguns casos, a única forma de salvar a mãe é realizando o parto prematuro. Por isso, a gestação de uma grávida hipertensa deve ser acompanhada em uma unidade referenciada para o pré-natal de alto risco”, ressalta o profissional.
O aumento da pressão sanguínea diagnosticado durante a gestação em mulheres que nunca haviam antes demonstrado o problema é classificado como doença hipertensiva específica da gestação (DHEG). Esse é um dos distúrbios mais comuns em grávidas e se apresenta de duas formas: como pré-eclâmpsia e eclâmpsia. Esse agravo é caracterizado pela pressão muito elevada escoltada de outros sintomas mais graves, como convulsões e inchaços. Nesse estágio da DHEG, a vida da mãe e do bebê entra em risco.
“A gestante que já era hipertensa também está em risco e deve controlar a pressão arterial através de medicamentos prescritos pelo médico, dieta saudável e exercícios moderados. Em alguns casos, é recomendado o uso de AAS infantil e cálcio”, orienta Marcelo.
Outras dicas importantes
Pratique caminhadas, diminua o sal na dieta, perca peso, beba com moderação, apague o cigarro, reduza o estresse, faça uso de vitamina D, monitore o seu coração, pratique sexo seguro e faça atividades ao ar livre com as crianças. Hábitos de vida saudáveis contribuem com a prevenção e o controle da maioria das doenças.
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