Quase todas as análises que são feitas do mundo político atualmente estão impregnadas de paixões políticas. E analisar as coisas políticas apaixonadamente não serve como referência para a verdade dos fatos políticos, serve no mínimo para que ambos os lados de uma disputa pelo controle do Estado que começou freneticamente em 2014 com a eleição pela quarta vez seguida do petismo e seus aliados, tente convencer o resto da sociedade brasileira de que estão certos em suas opiniões apaixonadas.
Melhores análises são aquelas que são feitas por quem não está diretamente envolvido politicamente na disputa pelos espaços de poder. Por isso que me sinto mais a vontade para opinar sobre os resultados da famosa Operação Lava Jato, porque não sou nem petista e nem tucano.
Foi dito por diversas vezes que a Lava Jato poderia passar o país a limpo, contribuindo peremptoriamente com o combate à corrupção das coisas políticas. Mas também foi dito por diversas por quem não falou de modo apaixonado que tinham coisas erradas na condução da famosa Operação iniciada a partir da prisão do doleiro Alberto Youssef.
Ninguém tem resistência à raciocínio para saber que por diversas vezes foi dito por renomados analistas políticos de que a Lava Jato somente estava interessada em pegar Lula e o PT, como ficou mais diáfano nos últimos tempos. Para muitos o objetivo da Lava Jato inicialmente era tirar o PT do poder sem o instituto do voto, porque perdendo por quatro vezes as eleições, a direita chegou a conclusão de que nas urnas não vencia mesmo.
Dizer que o objetivo principal da Operação de Curitiba nunca foi esse é comprovar de fato que está falando apaixonadamente. Não investigar também o tão delatado Aécio Neves e se preocupar apenas com um sítio em Atibaia e um barco de lata comprado pela mulher de Lula por quatro mil reais é brincar com a inteligência de quem não é beócio.
Um Jornal Nacional que deu pequenas notinhas desprezíveis sobre contas secretas de José Serra na Suíça, no mesmo modus operandi de Eduardo Cunha e com muito mais dinheiro em jogo, e dá mais de dez minutos diariamente para denunciar a compra dos pedalinhos dos netos de Lula, é denunciar a própria parcialidade política da Operação que deveria ser jurídica.
Como não conseguiu atingir o objetivo pleno de prender Lula para que ele não seja candidato em 2018, e como não conseguiu criminalizar a organização PT, parece que o feitiço começa a se virar contra o próprio feiticeiro. Dialogando melhor com os novos fatos, a Torre da Babilônia da direita foi fulminada.
Com a lista de Fachin em pauta na mídia, na justiça e na sociedade a Operação Lava Jato pegou de cheio toda a direita brasileira. Pelo andar da carruagem todos os políticos com mandatos, com raras exceções serão diretamente atingidos, porque todos eles participam de um mundo político viciado, que funciona gastando muito dinheiro em campanhas eleitorais, e que não sai do bolso de quem recebe salários como representantes do povo durante 48 meses, mesmo que os maiores salários da nação.
Com diz a gíria popular a casa finalmente caiu com as tempestades provocadas pela lista de Fachin, e absolutamente todo o mundo político vem abaixo por esses dias. E além disso, o próprio judiciário pode ser foco de denúncias como disse em entrevista recente a ex-ministra Eliana Calmon. Tomara que os desastres políticos recentes não se abram brechas para que tenhamos que viver num país governado pelo judiciário, porque desse modo teremos de novo uma nova ditadura nesse país com sua democracia em frangalhos.
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