Em reunião na Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo da Assembleia Legislativa da Bahia na manhã desta terça-feira, presidida pelo deputado estadual, Hildécio Meireles (PMDB), o secretário de Turismo do Estado, José Alves, respondeu à questionamentos dos parlamentares sobre a crise que assola o setor na Bahia, porém se negou a falar da pauta principal do debate: o que o Governo do Estado pretende fazer em relação ao Centro de Convenções da Bahia (CCB).
Segundo o gestor, o executivo estadual vai esperar a convocação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para se manifestar. Se limitou apenas a dizer que: "Estamos persistindo, junto com o governador Rui Costa, em soluções, que serão apresentadas quando ele (Rui) achar pertinente".
Em contraponto, Meireles elencou estudo realizado pela Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FEBAN), que registrou de maio de 2015 a janeiro de 2017, período que compreende com o fechamento do Centro de Convenções, um total de fechamento de 34.227 postos na Bahia, que compreende a uma queda de 58,14%.
"E em meio a este é cenário dantesco que se apresenta no Turismo da Bahia, e, como ficou muito claro, se acentua de forma mais aguda nos últimos dois anos, o que coincide, com o maior golpe sofrido pelo setor turístico, que foi o fechamento do Centro de Convenções, que, dado pela sua importância, e também pela novela que tem sido a sua reforma/desabamento/reconstrução, essa não era a explicação que merecíamos ouvir".
Ainda, questionado por Hildécio Meireles sobre a média de participação do setor no total do orçamento do Estado que não passa de 0,38% e que no ano de 2016 fora previsto no orçamento 182 milhões para o Turismo, e fora reduzido para 175 milhões, passando ater uma participação de 0,41%, e no entanto, até dezembro de 2016, somente foi gasto R$ R$ 68 milhões, o que corresponde a 0,16% do orçamento anual do Poder Executivo, Alves atribuiu essa redução a chamada transversalidade, que permite que obras sejam feitas com orçamentos de outras secretárias. "O nosso orçamento, por exemplo, era inchado por muitas coisas feitas por outras secretárias".
Hildécio rebateu destacando que a transversalidade sempre existiu, porém o investimento tem sido cada vez menor e ao frisar que a atividade representa 5,7% do PIB na Bahia e gera ocupação de mão de obra de 200 mil trabalhadores, apelou ao secretário que o Governo tenha um olhar diferenciado e passe a dar a devida importância ao turismo. "De forma que consequências ainda piores não venham a acontecer".
Presente no debate, o líder da oposição, deputado, Leur Lomanto Júnior, reforçou que os números atuais são preocupantes e que o Governo não tem priorizado o setor, cuja importância é indiscutível.
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