O Sindicato dos Agricultores Familiares (Sintraf) de Petrolina, interior de Pernambuco, participou nesta sexta-feira (24) de uma plenária da Força Sindical, em São Paulo (SP), para discutir ações contra a reforma da Previdência e o projeto de lei da Terceirização aprovado na Câmara dos Deputados. A presidente da entidade local, Isália Damacena, faz parte da diretoria nacional da Força e compartilhou com os demais sindicalistas as preocupações dos agricultores do município.
A plenária, que contou com a presença dos presidentes e líderes da Central nos 26 estados mais Distrito Federal, resultou na indicação de 28 de abril como a data do ‘Dia Nacional de Atos e Paralisações’. Com a iniciativa, a Força pretende pressionar o governo e o Congresso Nacional para atenderem às reivindicações dos sindicatos, como: mudanças na proposta de reforma da Previdência e a aprovação do substitutivo do Projeto de Terceirização, que tramita no Senado.
No evento, Isália Damacena falou em nome dos agricultores familiares e disse que busca “apoio amplo” da Força Sindical para barrar as mudanças na aposentadoria de sua categoria. “Da forma como está, o agricultor não terá condições de pagar por tanto tempo à Previdência, assim como não vai conseguir se aposentar aos 65 anos. Por isso, é importante estarmos convergindo nessa causa”.
Além da dirigente, outro líder sindical que discursou no encontro foi o deputado federal, Paulo Pereira da Silva, Paulinho (SDD), que é presidente da Força. Segundo ele, está existindo “uma pressão enorme sobre o movimento sindical”, com reflexo para o aumento das mobilizações das centrais. Paulinho afirmou ainda que os agricultores e trabalhadores não vão aceitar reformas “de goela a baixo”. “Estão aprovando o projeto da terceirização, acabando com a contribuição assistencial e pressionando para aprovar a reforma previdenciária. A questão é por que temos de pagar essa conta?”, indagou.
Consequências da Reforma
Entre as mudanças propostas pelo governo Michel Temer e que são rejeitadas pelos sindicatos, está a criação da idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres e a alteração na forma contributiva dos agricultores familiares, que deixariam de ser taxados pelo valor da comercialização de seus produtos para contribuírem sobre o Regime Geral da Previdência (RGPS). Os dois itens têm preocupado principalmente a população da Zona Rural de Petrolina, cuja renda de muitas famílias vem da pensão ou aposentadoria.
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