Com o Teatro Vila Velha, em Salvador, lotado, militantes do movimento negro, comunicadores e representantes das religiões de matriz africana e de diversas entidades baianas discutiram, na tarde de terça-feira (21), alternativas para o combate ao racismo e à intolerância na mídia. A atividade, promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi), marcou o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.
"Numa data emblemática da luta racial, procuramos amplificar as vozes da sociedade civil que fazem o combate às opressões, debatendo a representação e as formas de abordagem da imagem do povo negro nos meios midiáticos. Como esfera governamental, somamos nossas ações a esta agenda", afirmou a titular da Sepromi, Fabya Reis. Ela citou políticas afirmativas e serviços mantidos pelo Governo do Estado, como a Rede e o Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, que monitoram a ocorrência de casos em todas as suas tipificações.
O diretor geral do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), Flávio Gonçalves, ressaltou que o enfrentamento às violações de direito no campo racial deve estar na ordem do dia. "O racismo acontece todos os dias. Portanto, deve ser uma questão discutida durante todo o ano. É fundamental que os veículos de comunicação reflitam sobre a presença da população negra e o tratamento de suas questões nestes espaços".
Durante o evento, o Irdeb e a Sepromi firmaram um Acordo de Cooperação Técnica que oficializa a TVE Bahia como emissora oficial da Década Internacional Afrodescendente na Bahia. "Temos dado cada vez mais espaço a esta pauta, entendendo nosso compromisso enquanto televisão pública no estado de maior concentração negra do País, potencializando o trabalho que já desenvolvemos de forma periódica", enfatizou Gonçalves.
O membro do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN) e profissional de mídia impressa, Yuri Silva, destacou a importância do debate. "Reforça nosso papel decisivo em desconstruir as práticas racistas, intolerantes e homofóbicas por meio das mídias. É um trabalho de mudança de culturas".
A jornalista Cleidiana Ramos, do site Flor de Dendê, afirmou que "ainda estamos num momento incipiente neste contexto, mas a democratização da comunicação através da internet, por exemplo, possibilita ampliar esse debate em torno das questões das identidades, religiosidades afro-brasileiras. São novas alternativas que dão esperança na inserção de conteúdos de qualidade".
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