Contra reforma da previdência, membros de entidades de classe lotam Casa Plínio Amorim em Petrolina

A Câmara de Vereadores de Petrolina, interior de Pernambuco, teve uma manhã bastante agitada nesta sexta-feira (10). Isso porque uma audiência pública, requerida pelo vereador Osinaldo Souza (PTB), debateu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 287/16) que modifica as regras da aposentadoria no país. Na sessão lotada, membros de entidades de classe como o Sindicato dos Agricultores Familiares do município (Sintraf), Sindsemp e Sinticope protestaram contra a reforma.

Entre as mudanças propostas pelo governo Michel Temer e que são rejeitadas pelos sindicatos, está a criação da idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres e a alteração na forma contributiva dos agricultores familiares, que deixariam de ser taxados pelo valor da comercialização de seus produtos para contribuírem sobre o Regime Geral da Previdência (RGPS).

Os dois itens da reforma têm preocupado principalmente a população da Zona Rural de Petrolina, cuja renda de muitas famílias vem da pensão ou aposentadoria. Presidente do Sintraf e uma das convidadas da audiência pública para falar na tribuna, Isália Damaceno, levou a apreensão dos agricultores a Casa Plínio Amorim e apontou que os sindicatos, associações e as lideranças locais, regionais e nacionais estão dispostos a ir às ruas e pressionar os parlamentares em Brasília, DF, contra a PEC 287/16. “Lutaremos para que a proposta do jeito que está seja modificada, porque não aceitamos mais a redução de nenhum direito”, disse em entrevista.

Osinaldo Souza comentou o posicionamento dos sindicalistas e disse também ser contra a reforma da Previdência. “Temos a convicção de que não queremos essa reforma absurda, desumana e brutal contra o cidadão brasileiro”, afirmou o vereador. Além dos líderes e representantes de sindicatos de agricultores e trabalhadores urbanos, a audiência pública ainda contou com a participação de entidades patronais como a Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) e Sindilojas, além do INSS e do deputado Rodrigo Novaes (PSD).