Nos últimos dias fomos surpreendidos novamente com a notícia do fechamento de várias agências bancarias espalhadas pelo país, inclusive em Juazeiro. Assim como o Banco do Brasil, agora foi anunciada a desativação de uma unidade do Banco do Nordeste. Lembro que a nossa cidade tem duas.
Em um comunicado, o banco, que é controlado pelo governo federal, afirmou que o fechamento é uma “resposta a um cenário cada vez mais desafiador, no qual se exige a melhoria contínua da produtividade e da eficiência das instituições.” As medidas vão de encontro às mudanças adotadas pelo governo Dilma de abertura de mais agências e, consequentemente, à melhoria na qualidade do atendimento.
Muito me entristece as atitudes que o atual governo vem buscando para resolver os problemas. A chamada reestruturação do quadro de funcionários, com perdas de funções e fechamento de postos de trabalho só reforça o que já sabíamos: não há planejamento. A cada dia, tenta-se tapar o sol com a peneira e, assim, o presidente Michel Temer segue ilustrando o cenário de total desconhecimento administrativo e com a realidade do povo brasileiro.
Para quem não acompanha as atividades do banco pode ser até natural concordar com essa decisão do presidente. Porém, antes de tomar qualquer partido, é preciso reconhecer a importância da instituição que é um dos principais agentes de desenvolvimento do Nordeste. Entre os seus programas de crédito, existe um direcionado à agricultura familiar, que hoje responde por 70% dos alimentos consumidos por nós. O fechamento de uma agência em Juazeiro dificulta também o atendimento dos pequenos e médios empresários, responsáveis pela geração de empregos em várias partes da nossa cidade, além de sobrecarregar os funcionários e diminuir a qualidade de vida dos mesmos.
Como deputado estadual, representante de uma região de secas prolongadas e carente de políticas públicas direcionadas ao desenvolvimento social e econômico, repudio essa atitude excludente. O que todos nós, cidadãos nordestinos, queremos é mais espaço e equidade, pois nenhuma região se desenvolve eliminando fonte de financiamento e postos de apoio.
Neste momento político difícil só me cabe buscar forças para me colocar na fronteira de luta. Estou à disposição do sindicato e funcionários para juntos debatermos propostas e saídas. Penso que atitudes devem ser tomadas com urgência, porém por pessoas comprometidas com as classes menos favorecidas da sociedade, em detrimento a uma política de favorecimento a um seleto grupo de pessoas amigas do governo e alguns empresários bem-nascidos.
Crisóstomo Lima (Zó) Deputado Estadual PCdoB
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