Petistas dizem que prisão de líder do MTST foi “política”

18 de Jan / 2017 às 14h30 | Policial

Políticos e lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) em peso classificaram como ‘política’ a prisão do coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, pela Polícia Militar em ação de reintegração de posse em São Paulo ontem. “Causa espanto e indignação o fato de que Guilherme Boulos foi detido enquanto intermediava o diálogo entre a PM e as 700 famílias que ocupam um terreno na Zona Leste de São Paulo. Em vez de garantir o diálogo, a polícia optou pela repressão explícita, usando um dispositivo arcaico do Código Penal – a acusação de ‘desobediência civil’ – para justificar a prisão de um dirigente político, ação que é típica de regimes totalitários”, disse em nota o diretório nacional do PT. Boulos foi liberado ainda na tarde de ontem.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual Marcelino Galo (PT) repudiou “com veemência” a prisão de Boulos, e disse que a ação “expõe de forma clara a face autoritária e antidemocrática que tomou o Brasil, e que busca, insistentemente, criminalizar movimentos sociais”. Para Galo, “crime é não ter moradia digna, é destruir direitos sociais, previdenciários e trabalhistas”. O deputado baiano avaliou ainda que prisão de Guilherme Boulos “além de arbitrária é também um mecanismo de intimidação aos trabalhadores que ousarem lutar por seus direitos”.Quem também repudiou a ação da PM do governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi a ex-presidente Dilma Rousseff. “A prisão do líder do MTST Guilherme Boulos é inaceitável. Os movimentos sociais devem ter garantidos a liberdade e os direitos sociais, claramente expressos na nossa Constituição cidadã, especialmente, o direito à livre manifestação”, afirmou Dilma.

Para a ex-presidente, a ação da PM de São Paulo “torna claro o retrocesso vivido pelo Brasil”.“Prender Guilherme Boulos quando defendia um desfecho favorável às famílias da Vila Colonial em São Paulo evidencia um forte retrocesso. Mostra a opção por um caminho que fere nossa democracia e criminaliza a defesa dos direitos sociais do nosso povo”. Guilherme Boulos também disse que sua prisão foi “evidentemente política”. “Não há nenhum motivo razoável. Eu fui lá negociar para evitar que houvesse a reintegração. Foi uma prisão evidentemente política”, afirmou o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

Tribuna

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