Para muitas pessoas janeiro também é o mês propício para o início/reinício da prática de atividades físicas e para retomar hábitos saudáveis após as confraternizações de final de ano. Os planos traçados começam a ser colocados em prática e manter a forma e a saúde estão entre as metas de boa parte dos brasileiros. Por isso, o cardiologista da Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina (UPAE/IMIP), Dr. Alysson Cavalcanti, alerta que antes do início de qualquer atividade física/esportiva, competitiva/recreativa é preciso uma avaliação médica.
Nessa avaliação o médico irá solicitar exames de acordo com a necessidade do paciente. Nos casos mais simples, além da avaliação clínica inicial, são realizados eletrocardiograma, hemograma completo, glicemia de jejum, ureia e creatinina, lipidograma completo e ácido úrico. Já os exames funcionais, como o teste de esforço, ecocardiograma de estresse e cintilografia, podem ser indicados para atletas, pessoas com mais de 60 anos de idade, ou que tenham histórico de cardiopatias familiar e fatores de risco.
“O ideal é que todos passem por uma avaliação médica. Se o acesso ao cardiologista for difícil, a pessoa deve procurar um clínico geral ou médico da sua confiança, que irá fazer o encaminhamento ao especialista, se necessário. Às vezes, mesmo a pessoa jovem e aparentemente saudável por ter uma cardiopatia desconhecida. Fatores como hipertensão, histórico de infarto, casos na família de cardiopatia precoce, tabagismo, falta de ar, cansaço ao mínimo esforço, arritmia, dor no peito, desmaio e mal estar relacionado à atividade física devem ser bem avaliados para que o desfecho não seja negativo”, ressalta o profissional.
De acordo com Dr. Alysson as consequências da prática de atividade física sem acompanhamento vão desde lesões e torções osteomusculares ao risco de angina, infarto e até morte súbita. “Geralmente os casos extremos estão relacionados às atividades de alto impacto, como futebol e maratonas. Existem também os casos raros de Síndrome de Brugada, Canalopatias e anomalias coronarianas que só se apresentam, geralmente, diante de um esforço ou estresse intenso. Mas, para um cardiopata, até uma simples caminhada pode gerar uma dor no peito ou até um infarto, pois durante o exercício existe um crescimento do consumo de oxigênio pelo músculo do coração que faz aumentar a pressão sanguínea. Se já há alguma obstrução coronariana, o resultado pode ser ruim. Por tudo isso, a avaliação médica se torna tão importante”, pontua.
O cardiologista ainda destaca que a avaliação física, comum nas academias, não substitui a avaliação médica e que as atividades físicas mais indicadas são as de intensidade leve e moderada, já que o exercício de alto impacto não tem muito benefício para o coração. “Com esses esclarecimentos nós não estamos proibindo ou dificultando a prática da atividade física, apenas orientando a população a forma correta de fazê-la, afinal atividade física deve ser sinônimo de saúde. Os postos e os serviços de saúde podem e devem orientar sobre essa prática segura”, acrescenta.
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