A administração Pública Municipal de Juazeiro que ora inicia, pelo que tenho observado nas minhas andanças pela cidade, começa com uma certa desconfiança da população. Primeiro porque foi eleita pela minoria do eleitorado quando só logrou 40% dos votos contra os 60% dos outros candidatos, a propósito, um equívoco que precisa ser corrigido pela Lei Eleitoral. É prerrogativa da Democracia que a vontade livre da maioria sempre prevaleça nas decisões que cabe à população.
Esta cidade precisa ser renovada, remodelada, modernizada, e isto, é uma tarefa para um urbanista, qualificação que não vejo no atual gestor. O segundo fator negativo neste momento, é que devido à nova conjuntura da política nacional, não teremos o apoio do Governo Federal, não temos Ministro, Senador, Deputados Federais e os Estaduais fazem o que podem em função do Governo Estadual ser um parceiro em crise. Se tem alguém dizendo que a obra da Travessia urbana será continuada, acho que quer continuar a enganar a todos incluindo a si mesmo.
Esperava-se que na composição do Secretariado, o novo Prefeito fosse mais criterioso na escolha técnica, não mexendo em áreas que estavam dando certo em função da qualificação do ocupante do cargo. Refiro-me principalmente às Secretarias de Agricultura, Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente, e Obras. A primeira, devido a sua importância pela característica produtiva do Município, jamais deveria ficar atrelada a outros interesses e comandada por alguém que não tem a formação Técnica adequada. A segunda, que é Desenvolvimento Econômico, uma Secretaria extremamente necessária, não poderia ter saído das mãos da pessoa que há algum tempo, já estava canalizado com os mais diversos órgãos que são geradores do emprego através de Indústrias que queiram se instalar no nosso Distrito Industrial. A terceira, do Meio Ambiente, entendemos que pela importância da causa, jamais deveria ficar envolvida também com outros assuntos. Seria vital ser exclusiva, para agir como uma Secretaria de auditagem e Fiscalização das outras Secretarias, afinal, em quase tudo que se mexe em uma cidade, mexe-se no Meio Ambiente, um exemplo são as desastradas limpezas de áreas que tem necessidade de ter cobertura vegetal, vide, talúde da BR - 407, que margeia a lagoa de Calú, e as podas de árvores sem nenhum critério agronômico, como também grandes obras que necessitam de licenciamento da competência do município. A quarta Secretaria dentro deste questionamento, a de Obras, necessariamente teria que ter sob seu comando, um Engenheiro Civíl competente.
O transito de uma cidade do porte de Juazeiro, exige não só organização, também, educação e disciplina, e para que isto ocorra, é necessário fazer cumprir as regras do CTB – código de transito brasileiro – e para fazer cumprir estas leis, fiscalizações intensas e punições, fazem parte do “script”. Então questiono: Como pode a CSTT estar sob o comando de um político que tem que proteger o filho Vereador, e o Senador do seu partido de eventuais desgastes gerados pelos embates do citado órgão?
Esta cidade precisa ser moderna com vias de transito rápido e corredores de ônibus sem obstáculos. Não podemos conviver com um transito moroso por conta das várias depressões na pista e os tais “quebra molas” com alturas totalmente fora do que estabelece a legislação. Saindo do centro em direção à UNEB é incontável o número destas barreiras. Com isso, não quero que sejam transformadas estas vias, em pista de corrida para irresponsáveis, porém, defendo a colocação de lombadas eletrônicas com limite de velocidade adequado a cada uma.
Vias de grande circulação precisam ser criadas, e para isso acontecer em alguns casos, desapropriações justas financeiramente, deverão ser efetuadas, desde que atendam a requisitos técnicos e não políticos. Também, Obras de Engenharia que evitem as enchentes e inundações nos bairros João XXIII, Alto do Alencar e Itaberaba.
Não pode acontecer, iniciar Obra sem ter o recurso financeiro total, para que a mesma não fique parada, e o exemplo que mostro, é a Av. que dá acesso ao bairro Monte Castelo.
Enfim, em Juazeiro muita coisa precisa ser feita, e nós, esperamos que elas aconteçam. Somos usuários do sistema de vida da cidade e queremos o melhor para todos. Defendemos também um discurso político honesto, com menos propaganda, pois a população de hoje está muito esclarecida e percebe quando está sendo enrolada, e isto traz um desgaste para o Gestor que resulta ao final do mandato em desaprovação, como aconteceu recentemente, onde, apenas 40% da população aprovou a última gestão.
Manoel Delmir Pereira dos Santos
Aposentado e aluno do Curso de Engenharia Agronômica da UNEB
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