Com a chegada do verão e das férias, muitas famílias aproveitam para viajar. Nesse momento, surgem dúvidas em relação aos pets, animais de estimação. Nessa época, eles ficam mais suscetíveis a doenças, bem como sofrem com estresses das viagens ou dos locais que ficarão hospedados, caso não seja possível viajar com o dono. A médica veterinária do Hospital Veterinário Universitário (HVU) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Cássia Regina Oliveira Santos, alerta para alguns cuidados que devem ser tomados pelos seus responsáveis.
Antes de decidir levar o animal na viagem, é importante se informar sobre o local e como os pets serão transportados, pois a depender do meio de transporte algumas recomendações precisam ser seguidas. Se a viagem for de carro, é indicado o uso de gaiolas, caixa de viagem, jaulas e cintos de segurança adequados para deslocar o animal de forma segura. Não há obrigatoriedade do uso desses equipamentos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), mas são itens essenciais para manter os animais protegidos.
O CTB apenas proíbe que os donos levem seus pets no colo ou nas partes externas do veículo, como caçambas. Nas viagens através de empresas aéreas e rodoviárias, é obrigatório levar um atestado de saúde emitido por um veterinário. Os responsáveis pelos animais também precisam averiguar, com antecedência, as normas e condições de transporte oferecidas pelas empresas.
Durante o itinerário, a alimentação requer atenção. A veterinária do HVU recomenda fazer um jejum do animal e alimentá-lo com comida sólida apenas quando chegar ao local de destino. Além disso, a saúde do pet precisa ser avaliada antes da viagem, independente do meio de transporte. Cássia alerta que é importante que os proprietários levem os animais ao veterinário para que o profissional possa dar um parecer de que o pet está apto para viajar. “O ideal é que o proprietário leve a carteirinha de vacinação e vermifugação atualizados e sempre anote se é feito o controle de ectoparasitas, principalmente carrapato e pulga”, destaca Cássia.
Mas, nem sempre é possível viajar com o animal e outras alternativas para manter o bem-estar do pet durante as férias são consideradas pelos donos. Solicitar a ajuda de amigos, diárias em hotelzinho animal e contratação de empresas de serviço a domicílio são algumas opções. Porém, alguns cuidados devem ser tomados antes de adotar alguma medida. “É bom verificar se esse serviço é seguro e quem são as pessoas que vão cuidar do seu animal. Eles têm um período de adaptação, e alguns animais precisam disso. A mudança é brusca e pode ser que não se adaptem, baixem a imunidade e contraiam alguma doença”, explica Cássia. Animais filhotes exigem mais atenção, pois necessitam de áreas reservadas.
Os passeios com os pets também são bastante comuns durante o verão e muitos proprietários escolhem horários errados para sair com o animal. Durante esta época, o HVU Univasf recebe muitos animais com queimadura nas patas e coxas, bem como animais com fraturas e traumas, devido ao abandono nas estradas. “Esquecemos que nós usamos calçados, mas eles não. Embora tenham uma proteção natural, existem faixas de temperaturas muito altas que nem mesmo essa proteção vai ser suficiente para protegê-los”, afirma Cássia. Os horários mais indicados pela veterinária são os períodos mais frescos do dia, como início da manhã, fim de tarde e noite.
Cássia Oliveira explica, ainda, que alguns animais possuem predisposição a ter aumento de temperatura. As raças de pelo longo e escuro são as que mais sofrem com o calor. “É importante saber se a raça que cria é predisposta a ter hipertermia. Os cães da raça starfordshire bull terrier são animais que podem ter esse estresse térmico”, explica a veterinária. Independente de viagens, cuidados com vacinação, vermifugação e controle de ectoparasitas devem ser tomados regularmente para manter a saúde e o bem-estar dos pets.
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