Pais e responsáveis de estudantes do primeiro ano do ensino fundamental que moram no município de Juazeiro, no norte da Bahia, acampam em frente à escola Professora Iracema da Paixão há três dias para tentar matricular os filhos na instituição. A escola é a única da rede pública da cidade que funciona em tempo integral e possui apenas 15 vagas disponíveis para a série.
O agricultor José Luiz Sobrinho espera na porta da escola desde o sábado (31). Ele levou um colchonete e passou a virada do ano na fila, para garantir uma das vagas oferecidas pela instituição para o filho de 6 anos.
"Ele [o filho] estudou em outra escola e agora está vindo para cá. Aí, a gente veio cedo no sábado para pegar logo essa vaga, porque a gente está precisando muito", contou José Luiz.
Enquanto aguardam o início das matrículas, que só ocorre na quinta-feira (5), o grupo que acampa em frente à escola se organiza para as refeições, com cada um colaborando com um alimento, como bolo e café.
Alguns pais chegaram a levar mosquiteiros de casa para suportar o ataque dos mosquitos durante a madrugada. Preocupado com a ordem da fila, o grupo organizou uma lista com assinaturas para garantir seus lugares, mas o papel não garante vagas.
"Essa lista só tem o poder de organizar melhor quem está chegando com o sonho de conseguir realizar essa matrícula. Não garante nenhuma vaga na escola", disse o técnico em agropecuária Rosemberg dos Santos.
A secretária de Educação de Juazeiro, Lucinete Alves, confirmou que em algumas escolas a procura é maior e que não há como matricular todos os estudantes por falta de vagas, mas garantiu que nenhum aluno vai ficar sem estudar na cidade.
"Os pais que não conseguirem vaga na escola de tempo integral poderão se direcionar a outras escolas que eles terão vaga assegurada", garantiu.
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