Mais do que a mudança do calendário avisando que será iniciado um novo ciclo do tempo, é a chance que cada um tem de reinventar-se nas ações e atitudes cotidianas do porvir.
Nestes dezembrais dias de rara brandura e de enternecidos corações, é comum a reflexão sobre o que foi feito e o que deixou-se de fazer. Mas não se pode torturar-se por aqueles pequenos erros cometidos devido à nossa fragilidade humana.
Os erros do dia a dia - aqueles que nos afetam mais do que a outrens - são parte do processo de permanente aprendizagem. Lembre-se: o Homem/Mulher só adquire a sabedoria plena no fim da vida. Isso para aqueles que têm o privilégio de envelhecer.
Não perca tempo remoendo o que aconteceu ontem ou dez minutos atrás. Passou. Tudo passa. As alegrias e as tristezas passam. As vitórias e dificuldades passam. A saudade passa. O passado passou, o presente passa e o futuro - quando chegar - também passará. Nós passaremos.
Mas não passarão o amor que amarmos com intensidade. Nem o poema dedicado a quem o inspirou, nem a canção composta para um alguém ou para muitos. Nem a verdade do nosso olhar para quem precisa de apoio. Nem a compaixão pelos que agonizam na dor ou a luta por um mundo melhor e mais harmonioso.
Somos eternos pelo que realizamos durante a nossa existência. Em algum momento o corpo vai perecer, mas a herança positiva que deixarmos na Terra ecoará por todo o Universo pela eternidade. Essa é a nossa melhor arma para vencermos o tempo e torná-lo nosso camarada de jornada.
Por isso, aproveite com paixão este e os futuros novos anos. Curta este dia e celebre a vida ardorosamente. Hoje, amanhã e até quando puder.
Deseje profundamente a si mesmo, aos seus e a todos as graças da saúde, da paz e da longevidade.
E se outras bênçãos vierem, ninguém irá reclamar: Quem sabe aquela promoção aguardada; mais beijinhos, carinhos e sexo sem ter fim; muitas sextas-feiras de papos amenos e boas cervejas; fortalecimento de velhas e chegada de novas amizades; versos paridos aos montes e novos livros para ler e escrever; a meta de anos finalmente atingida, e o famoso cheirinho de Hepta exalando o doce perfume da vitória até o Bi mundial.
Cada um com sua receita de felicidade. Mesmo que efêmera, essa tal felicidade ainda é o melhor tempero para uma vida saborosamente totalista.
Luiz Hélio Alves, 31 de dezembro de 2016.
Que venha 2017. Evoé!
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