A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) iniciou uma operação para identificar e combater as ligações clandestinas e o furto de água ao longo da Adutora de Jatobá, responsável pelo abastecimento do município de Sertânia, situado no Sertão do Moxotó. A fiscalização começou na semana passada e já percorreu 10 quilômetros da adutora, que tem ao todo 36 quilômetros de extensão, da Estação Elevatória de Cruzeiro do Nordeste até a cidade de Sertânia.
Além das ligações clandestinas, a Compesa também constatou furto de água e ainda danificados diversos registros de descargas e ventosas, dispositivos que controlam a saída de ar e eliminam a sujeira acumulada na adutora. Os dispositivos foram manuseados sem autorização para furtar água com caminhões e bombonas (pequenos reservatórios) transportadas por carros e animais.
A operação também identificou ligações clandestinas, sendo duas delas de grande porte, que estavam retirando água da adutora para barreiros e sendo destinada à criação de animais. Ainda foi encontrado um chafariz - utilizado para abastecer a população da zona rural - cuja tubulação foi danificada para abastecer caminhões. Até agora, já foram registrados dois Boletins de Ocorrência (BO).
De acordo com o gerente de Unidade de Negócios da Compesa, Augusto Cesar de Andrade Lima, os atos de vandalismo estão provocando o mau funcionamento das ventosas e registros de descarga da adutora e, consequentemente, o aumento do número de estouramentos na rede, contribuindo para o não cumprimento do calendário de abastecimento de Sertânia - visto que sempre é preciso suspender o fornecimento de água para realizar os consertos. Os moradores da cidade, cerca de 16,5 mil pessoas, convivem com um rodízio de cinco dias com água para 23 dias sem.
Hoje, só é possível ofertar 30% de água que a população necessita, já que o município é abastecido exclusivamente pela Adutora de Jatobá, que transporta água tratada dos poços da Fazenda Frutuoso, no município de Ibimirim, até o reservatório de Sertânia, com uma vazão de 20 litros por segundo. Devido aos furtos na rede, essa vazão caiu para 16 l/s. A situação foi agravada pelos seis anos consecutivos de seca na região, que levou os outros dois mananciais que faziam parte do sistema de abastecimento da cidade, o Açude Barra e o Açude Cachoeira, a entrar em colapso nos anos de 2012 (agosto) e 2014 (maio), respectivamente.
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