Com palavras de ordem e cartazes mais de cem estudantes do ensino de graduação, tecnológico e secundaristas, representantes de sindicatos e associações rurais da região ocupam o auditório da Câmara de Vereadores de Juazeiro protestando contra a Proposta de Emenda à Constituição – PEC 241 que nesta terça-feira (01.11) recebeu no Senado o número 55. A audiência pública foi proposta pelo vereador reeleito Agnaldo Meira (PCdoB) para discutir os efeitos da proposta de autoria do Executivo Federal que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos à correção da inflação do ano anterior.
Presidindo a sessão o vereador Tiano Félix (PT), e para compor a mesa o secretário Anastácio José de Assis (PCdoB) secretário, Agnaldo Meira (PCdoB) proponente da audiência, o Secretário Municipal de Educação, Clériston Andrade; Tainá Souza – da União Brasileira de Estudantes Secundaristas – UBES; Josefa Rita – da Federação dos Agricultores no Estado da Bahia – FETAG/Bahia; Domingos da Silva – presidente do STR Sobradinho, José Aparecido – diretor do STR Casa Nova, Isabel Cunha – representante dos estudantes do IF Baiano, Emerson José – o Bitú, presidente do STR Juazeiro; Ramon Roniere da União dos Estudantes do São Francisco; Tainá Peixoto, da UPE e os representando os irrigantes da região Vavá da Maniçoba.
A PEC tem como objetivo limitar a trajetória de crescimento dos gastos públicos, o texto foi aprovado em dois turnos pela Câmara dos Deputados e encaminhado ao Senado na semana passada e pelo cronograma aprovado no Senado, a PEC deverá ser votada em primeiro turno no dia 29 de novembro e em segundo turno no dia 13 de dezembro.
Compareceram a audiência os vereadores Alex Tanuri (PSL), Anderson Alves (PP), o vereador eleito Reinaldo Sabino (PCdoB), a psicóloga e ativista na luta dos direitos das mulheres Carla Lorena Pesqueira, e Reinaldo, do Sindicato dos Comerciários. A audiência iniciou com a apresentação de Valdenir Brito, professor e representando a Federação dos Bancários de Bahia e Sergipe explicando o que constitui a PEC 241 e suas consequências caso aprovada.
O vereador Agnaldo Meira que a população não pode parar, “Não tenho dúvida que no Senado será diferente, não por causa do Senado mas por causa da população brasileira, movimentos sociais, estudantes secundaristas, universitários. Mais de mil escolas e 100 universidades no país encontram-se ocupadas. Os grandes meios de comunicação não divulgam o que está acontecendo! Mais de 42,46% do Produto Interno Bruto (PIB) foi destinado ao pagamento de juros da dívida pública”, declarou.
Tainá Souza representante do da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES fez um discurso emocionado ao revelar as condições para ocupação das instituições. “Passando três a quatro dias com a mesma roupa, fazendo vaquinha para alimentar a turma. E ainda ver as pessoas nos chamarem de baderneiros. A única coisa que queremos é ser ouvidos”, disse emocionada.
A estudante ainda questionou sobre os gastos do país com o próprio governo, “Porque não cortam o salário deles? Porque durante um mês não pegam transporte público para saber como é ser estudante? Porque sempre cortam a carne do pobre, do negro e do índio? Porque não cortam seus salários? Eu ando meio desacreditada do meu futuro, o que vai ser da minha vida quando eu me formar, se vou ter uma vida estável?”, desafiou.
O vereador Tiano Félix propôs como encaminhamento da audiência uma Moção de Repúdio à Câmara de Deputados pela aprovação da PEC 241. “Esta casa está pronta e reafirma esta casa vai ter posicionamento político. Também aprovaremos uma Moção de Aplauso ao Senado pedindo que reconsidere e reveja a decisão da Câmara Federal”, finalizou.
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