A Ilha do Rodeadouro, norte da Bahia, é um dos pontos mais procurados para o lazer na região, mas a longa estiagem já faz surgir ilhas no Rio São Francisco e pedras que não eram vistas com tanta facilidade. Diante da situação, de acordo com a Associação dos Barqueiros do Rodeadouro, a baixa do rio e o tempo seco dos últimos anos, afastou grande parte dos banhistas e turistas da ilha.
Israel Barreto, presidente da associação, diz que todos os serviços estão funcionando normalmente, e tem a esperança que as coisas voltem a ser como antes, quando o lugar era bastante movimentando. “O movimento na ilha caiu em torno de 65% a 70%. A ilha está funcionando normalmente, e as barracas estão funcionando, os barraqueiros estão lá, a embarcação também está fazendo a travessia. Agora, na verdade, não tem movimento”, lamenta Israel Barreto, presidente da Associação de Barqueiros.
O comerciante Aderaldo Pereira trabalha há 40 anos na comunidade do Rodeadouro, em Juazeiro. A barraca dele fica bem próxima ao rio São Francisco. Ele conta que em 2006, onde hoje é um espaço para que os carros fiquem estacionados, a água passava dos quatro metros. “Eu ficava em pé, a água me cobria. Só que agora a gente está vendo a situação que está o rio aí. Só ele [Deus] é quem pode socorrer a situação que está”, conta.
Desde 2014, as pedras, que antes não apareciam na superfície, hoje podem ser vistas com facilidade. Para chegar do outro lado, o barqueiro precisa de muita habilidade. “Cada dia que passa está ficando mais difícil. Para a gente manobrar, para descer, pedra para o lado e para o outro. Cada dia que passa ficando pior”, relata o barqueiro Raimundo Santos. Quando o barco atraca, é possível ter a dimensão que a baixa do rio provocou na paisagem. No meio da água, pedras, bancos de areia e pequenas ilhas se formaram em dois anos de estiagem.
Apesar dos problemas, a Ilha do Rodeadouro ainda é o destino preferido dos moradores de Juazeiro. Quem mais curte o ponto turístico, principalmente em dias quentes como esse, são as crianças. Mas quem conheceu o lugar antes, quando o rio estava mais cheio, teme que os filhos não possam desfrutar desse paraíso por muito tempo. “Se continuar assim, na verdade, eles provavelmente, os filhos deles não terão nem acesso a isso”, comenta o administrador Andielson Amorim.
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