MSC Carlos Augusto Cruz
Médico / Advogado
Vivemos, no domingo próximo passado, um episódio ímpar na extensa e brilhante folha de serviços prestados ao país e as Liberdades, durante toda a existência da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, Regional Bahia, quando na prova da Ordem na Faculdade Unijorge, em Salvador. Nela um estudante que já se submetera, pelo que foi comentado, por dezoito vezes a este exame, também já havia sido aprovado em um concurso público sem poder nele tomar posse, porque não tinha sido aprovado no “Concurso da Ordem”.
Na oportunidade em que os alunos se preparavam para serem submetidos a famosa “ prova da Ordem”; prova esta que durante muitos anos e em várias unidades da Federação constitui-se num verdadeiro calvário para aqueles que terminaram o curso de direito recentemente; tem, causado verdadeira descompensação psicológica em alguns desses jovens, pela certeza de que irão, antes de serem aprovados, terem que passar por este momento angustiante por inúmeras vezes; levou aquele jovem ao qual me refiro, cuja profissão era a de vendedor de balas de “gengibre”, a se apresentar não como um terrorista , mas como um guerrilheiro saudosista; solicitando dos seus colegas de sala que deixassem o recinto “se não quisessem morrer”, pois o mesmo iria explodir-se com todo o material inflamável que trazia no entorno do corpo.
Mera piada de mau gosto. Tudo aquilo não passava das suas balas de gengibre. Porém foi o suficiente para provocar um corre-corre infernal, com outros alunos passando mal, alunas chegando ao ponto de desmaiarem, e daí prá pior.
Nunca tinha acontecido tal situação, desde que a Ordem dos Advogados do Brasil, tinha criado o “Exame da Ordem”, mas, agora aconteceu!
E daqui prá frente o que poderá acontecer? Começa com uma brincadeira e depois pode se transformar em algo verdadeiro.
Diante desses novos acontecimentos está na hora da nossa OAB, como se diz aqui no interior: “Colocar as suas barbas de molho”
Está na hora de ser revisto esse “Exame da Ordem”, que em nada diz da conduta dos profissionais do Direito, pelo simples fato de alguém acertar dez perguntas sobre Ética na prova. Que não diz nada sobre os conhecimentos de Direito algum de nenhum candidato, que não tenha o compromisso consigo mesmo e, que não tenha uma boa formação familiar, (é ela que faz o homem e a mulher), e que diferencia os homens uns dos outros.
Tem-se que acabar? Não, tem-se apenas que abrandar. Tem-se apenas que se ter mais cuidado na liberação das Faculdades de Direito que irão funcionar no nosso país, para evitar desesperos semelhantes a estes que presenciamos no último Concurso da Ordem, em Salvador.
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