Não é de hoje que o Judiciário tem sido chamado para resolver as questões mais importantes do País, envolvendo desde disputas políticas até o futuro dos nossos governantes. Ilustradas por páginas e mais páginas de processos, as ações do Judiciário no combate à corrupção passaram a ser debatidas pela população com mais intensidade e, recentemente, tornaram-se instrumento fundamental de mediação e de pacificação Brasil afora.
Para estimular ainda mais esse debate, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) criou a campanha #SomosTodosJuízes. O principal objetivo é levar à sociedade uma reflexão sobre os desafios e responsabilidades que cada um tem na tomada de grandes e pequenas decisões, não apenas sob a ótica de um magistrado, mas também como cidadãos, frente às escolhas que precisamos fazer diariamente.
Ajudar o cidadão a entender o que acontece nesse momento conturbado pelo qual o Brasil passa também é uma das apostas da campanha, que destaca a importância da ética, do respeito às leis e do combate à corrupção. “Os lados polarizados não estão tendo condições de formular uma proposta para o País. Queremos construir uma agenda positiva para o Brasil. Esse é o ideal que nos move nesse momento, nessa campanha”, revela o presidente da AMB, João Ricardo Costa.
A fase inicial da campanha mostra, por meio de vídeos, crianças relatando histórias reais, em que tiveram que tomar decisões e fazer escolhas importantes. Já na segunda etapa, diálogos bastante informais entre juízes e pessoas de outras profissões abordam dúvidas sobre suas carreiras e comparam situações em que ambos tiveram dificuldades para decidir. Na terceira fase, celebridades estarão unidas à causa em depoimentos. A campanha tem foco nas mídias digitais e tradicionais.
A questão da ética
O propósito de fazer o cidadão comum se colocar no lugar de um juiz, eixo da campanha #SomosTodosJuízes, não significa exigir dele a percepção aguçada sobre o que é certo ou errado, mas sim provocar um pensamento sobre o comportamento ético. “Em um supermercado, por exemplo, ao estacionar o carro na vaga destinada a idosos, acende dentro de cada um uma concepção ética em relação o quanto aquela conduta pode prejudicar quem realmente necessita daquela vaga. Quando o cidadão atinge esse estágio de se colocar no lugar do outro, estamos começando a evoluir de como sociedade”, exemplifica.
Outras amostras rotineiras estarão em debate durante as fases da campanha. Costa destaca outra situação comum e que, muitas vezes, passa despercebida no dia a dia, como a de pais que dão maus exemplos em frente às escolas, parando o carro em fila dupla para deixar o filho. “A atitude neutraliza os conhecimentos que as crianças estão aprendendo na escola. É um exemplo clássico de como podemos nos policiar para melhorar a sociedade”.
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