Agricultoras e agricultores familiares do Semiárido se reunirão nesta segunda-feira (11), na Orla de Juazeiro (BA), a partir das 16h, no Ato Público “Semiárido contra o Golpe - Nenhum Direito a Menos” para denunciar o golpe que culminou com o afastamento da presidenta Dilma Rousseff (PT) e protestar contra os retrocessos que ameaçam os povos dessa região. Em seguida as/os manifestantes, que defendem a continuidade das políticas sociais e iniciativas de Convivência com o Semiárido, seguem para realizar Ato no município viznho: Petrolina.
O ex-presidente Lula estará presente nas duas cidades, onde mais de 10 mil pessoas são esperadas para reafirmar para todo o país as políticas sociais implementadas nos últimos 13 anos, as quais mudaram a vida de milhares de pessoas no Semiárido. Além disso, o objetivo é denunciar as ameaças que todas estas políticas vêm sofrendo devido a medidas retrógradas, a exemplo da exitnção de ministérios e cortes de orçamentos de programas e projetos essenciais para o povo do Semiárido brasileiro.
Políticas ameaçadas
Hoje no Semiárido um milhão de famílias têm cisterna ao lado de casa para beber e cerca de 120 mil famílias podem produzir alimentos com água armazenada em diversas tecnologias sociais. Uma política, porém, com os dias contados, uma vez que o contrato assinado entre a ASA e o extinto MDS previa a construção de 31.080 cisternas de placas para consumo humano, em nove meses, porém só foram repassados recursos suficientes para 54% da meta. Caso o restante do valor não seja repassado, 14.470 famílias deixarão de ser atendidas com cisternas de água para beber.
O Semiárido concentra mais de 1/3 dos estabelecimentos da agricultura familiar, responsável por 70% dos alimentos que chegam à mesa da população, contudo políticas voltadas para esse setor sofreram cortes e desmontes em poucos dias do governo interino de Michel Temer (PMDB). Outro retrocesso foi a extinção dos Ministérios de Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), responsáveis pelas políticas nas áreas de reforma agrária e segurança alimentar.
Para o coordenador da ASA Pernambuco, Alexandre Henrique Pires, a população do Semiárido brasileiro por séculos foi excluída dos processos de desenvolvimento da região e do país, sendo relegada a uma condição de subdesenvolvimento. “Negar o direito a água e ao que foi construído ao longo desses últimos 16 anos pela ASA como metodologia de trabalho que garante a participação como uma condição indispensável para gerar essas transformações, é antes de tudo querer confinar essa população ao suplicio e à condições subumanas, para as quais não existem mais espaço na sociedade contemporânea”, afirma.
O Ato está sendo organizado pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e pela Frente Brasil Popular (FBP) que é formada por partidos de esquerda e movimentos sociais como o MST, MAB, MPA, Levante Popular da Juventude, Consulta Popular, Pastoral da Juventude Rural, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e Marcha Mundial das Mulheres (MMM).
Ato público “Semiárido contra o Golpe - Nenhum direito a menos”
Segunda-feira, 11/07,
16h, Orla de Juazeiro (BA)
18h, Orla de Petrolina (PE)
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