Majestade do fruto de ouro, Cacau! Nicho das esculturadas morenas frajolas de elegância faceira, grapiúnas que estimulam a libido a qualquer celibatário ou mesmo um caxumbento de frequentes complicações nos quimbas (testículos).
Cidade de um produto de efeito afrodisíaco, chocolate, mais poderoso que beijo, conteúdo de grande fertilidade. Alimento, portanto, promovedor de apetite sexual também dos deuses.
Metrópole cor de canela cheia de energia, sonhos lindos, magias, mistérios, lirismo, solidariedade, etc. Salpicada de encantos, belezas naturais, histórias, tradições, religiosidade, enfim, um torrão coroado de poesias, romances, tendo deslumbrantes pontos geográficos enchendo a retina de lágrimas contentes.
Seu povo prima pela interação social e esbanja fagueirismo com o prazer sorrindo nos lábios, simbolizando fraternidade e chamamento para que os visitantes retornem sem demora à cidade protegida por São Sebastião, São Jorge e a (Princesa de Aiocá) Iemanjá, musa soberana das águas salgadas que de seu Aiocá (fundo do mar) toma conta de seus filhos grapiúnos, bem assim os que chegam à terra querida berço de poetas, escritores e historiadores que semeiam livros, carinho, cultura, urbanidade, civilidade, educação e bons modos comportamentais.
A entrada do mar na costa de Ilhéus é um esplendor, formando uma aquarela de embarcações dando um colorido de paz aos olhos que ficam pranteando de alegrias e agradecimentos a Deus pela dádiva a todos os ilheenses que amam suas raízes onde o sol tropical abençoado faz morada para o deleite das formosas bronzeadas de saracoteio harmônico e “balaio” esculpido a desfilarem pelas avenidas e à beira-mar, competindo com as ondulações da superfície do mar para saber quem saracoteia com maior desenvoltura ou sensualidade (Prosopopeia).
Ilhéus possui a maior extensão marítima entre os municípios do estado, tendo muita importância no período colonial, sendo Capitania dos Ilhéus, mostrando resistência em lutas a favor da nossa pátria, derrotando pela primeira vez os holandeses de Nassau, no Brasil, contra-atacando, assim, os batavos sob o comando do Almirante Jan Corneliszoon Lichthadt, em 1637.
O FOLCLORE - Do inglês. Folk-lore. “Folk” (povo) “Lore” (conhecimento). Conhecimento popular. Um povo que sabe preservar com carinho suas tradições, não deixando morrer a memória cultural de seu povo ordeiro, amigo, iluminado pelas maravilhas da mata atlântica, recebendo o perfume suave levado pelas brisas cariciosas vindo das florestas e das frondes do cacaueiro.
O distrito de Olivença é lugar turístico mais aprazível de Ilhéus, onde há um balneário de água medicinal, afrodisíaca e, na pracinha está a Igreja de Nossa Senhora da Escada, secular. A festa da Puxada do Mastro, na referida praça, é uma tradição linda, realizada nos primeiros dias do mês de dezembro, sendo o folclore mais admirado da região. Uma semana anterior à puxada do mastro, a turma boa de machado funda na mata de Ipanema e escolhe a bela árvore a ser derrubada, guardando segredo onde ela está. Um foguetório estronda o lugarejo anunciando que a festa vai ocorrer e só alegria daí por diante. Ressaltando-se que, a solenidade é precedida da Bandeira do Divino Espírito Santo.
Versos e mais versos dando um colorido de fé a todos os puxadores do mastro de São Sebastião, não faltando samba de roda, comida, quermesse e, a pinga (cauim), visto que os nativos são de origem indígena, século XVI, onde habitavam os índios tupiniquins, guerem, pataxó e, se sabe que os aborígenes não dispensam um “esquenta espírito”! (Cachaça).
Dentro do seguimento folclórico de Ilhéus, merece bem atenção as comemorações dos estivadores do porto, dia 20 de janeiro, em homenagem a São Sebastião. Uma festa tradicional também chamada de “Festa do Bacalhau” promovida pelo Sindicato dos Estivadores de Ilhéus, trabalhadores portuários, havendo na praça barracas com comidas típicas, quermeses, bebidas, sambas e mulherada, pois os estivadores eram homens ricos de posse, devido à cabotagem do embarque de cacau – pagamento em dólar - recebendo os primeiros flertes das gringas, principalmente das carinhosas francesas que desembarcavam ávidas para o strip-tease nos cassinos, boates, hospedando-se no luxuoso Ilhéus Hotel, sendo disputadas com os “Coronéis do Cacau”, estes, endinheirados, raparigueiros, não lhes faltando dólares vindos das arrobas do “fruto de ouro!” Hoje, com a “quebradeira”, a bendita bacalhoada é reservada apenas às autoridades e pessoas ligadas ao Sindicato Marítimo.
Povo centrado na fé, coragem, trabalho, impávido, destemido, que tem o seu nome na história em defesa da nossa pátria, destacando-se na Guerra da Independência e na Guerra do Paraguai, trilhando patriotismo, glória com os infantes ilheenses, tendo o 20º Batalhão sob o comando do coronel Joaquim Ferreira Paiva, participando da Retirada da Laguna, uma batalha honrosa, enaltecendo a fibra dos combatentes grapiúnos de Ilhéus.
A construção Ferrovia de Integração Oeste Leste é uma realidade merecida aos bravos ilheenses. Uma dádiva! Uma estrada de ferro que ligará o Sul da Bahia a várias regiões que produzem minérios e grãos do Oeste e do Sudeste do Estado. Ilhéus, graças a Deus, está inserida na rota do Brasil com a Europa, Ásia e USA.
A Princesa do Sul, acolhedora cidade de São Jorge dos Ilhéus, dotada de muito carinhos e afagos, recebe a todos com os braços abertos do Cristo Redentor, erguido às margens do antigo porto de Ilhéus, que constitui uma maravilha, encantando e abençoando a todos que visitam a terra banhada de afabilidade.
Parabéns Ilhéus pelo seu aniversário!
Ilhéus, 28 de junho de 2016
Geraldo Dias de Andrade é Cel. PMRR – Cronista- BEL. em Direito – Membro da ABISeccional Norte – Escritor – Membro da Academia Juazeirense de Letras.
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