Poema em homenagem a Beatriz

09 de Jun / 2016 às 23h00 | Espaço do Leitor

 

Silêncio

Carlos Laerte

 

O silêncio

cala alto

o sangue inocente

que se perdeu.

De mãos amarradas

segue junto o choro,

a dor das mães

e  a esperança das margens.

 

Mas, como em todo silêncio sobrevive

um som, esperamos,

entre as paredes divinas

soar, ainda que tarde,

os murmúrios gritantes da verdade.

 

E se ainda assim,

insistirem em reverberar

as dúvidas da mentira útil,

que seja vil este propósito,

pretérito infame.

 

Pois, ainda que pareça longe,

está perto o dia em que

estaremos em silêncio e paz

regando a boa e angelical

lembrança da menina

Beatriz.

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