"A religião é uma prisão". Ouvi isso hoje pela manhã...
Eu me perguntei: E o que não é prisão?
Criar um discurso de detrimento das religiões em favorecimento do ideal de um corpo livre e autônomo é no mínimo ingenuidade. Isso porque sempre estaremos sob o domínio de algo, ou da crença e suas atribuições ou dos desejos.
É fácil perceber que todos somos dependentes de alguma coisa e que nessa entrega alguns preferem se perder (ou encontrar) em ideias, amores, credos ou simplesmente viver uma entorpecência química que possibilite fugir, conhecer ou existir em uma realidade.
Uma autonomia academicamente pregada e doutrinada como uma verdadeira religião, em todos seus fundamentos básicos por apresentar doutrina, sua própria hermenêutica e até mesmo escatologia. Esse discurso desaparece quando essa autonomia sai do corpo, das sensações e das experiências, quando alguém decide entregar a si mesmo para alguém ou algo externo ( decisão possível devido a este autogoverno ) o posicionamento é outro.
Uns estão aprisionados a religião, outros em seus próprios corpos e todos numa busca de quem são os seus senhores e de quem realmente nos reprime ou liberta.
Percebo uma imposição intelectual que convence você a deixar suas verdades no corredor, para depois preencher com seus próprios pressupostos que insistem em se opor a fé religiosa naquela contumácia de manter um enfrentamento sobre quem veio do nada primeiro.
Eu tenho preferido desconstruir a religiosidade e o discurso acadêmico da essência que faz de mim quem realmente sou, isso porque como todo mundo dependo de algo. No entanto, essa entrega não está em literatura disso ou daquilo, mas em Alguém.
Entreguei minha autonomia para este Alguém.
Pois como todo mundo
eu não me pertenço.
Pedro Felipe Carneiro de Jesus
Líder da Juventude Batista Yerushalaim
Teólogo e Estudante de Psicologia da UNIVASF