Mais uma vez por falta de quórum a Câmara de Vereadores de Juazeiro não se reuniu ordinariamente para a sessão desta terça-feira (31). No plenário apenas seis vereadores: o presidente Damião Medrado (PSD), e os parlamentares José Carlos Medeiros (PSDB), Bené Marques (PSDB), Suzana Ramos (PSDB), Valdeci Alves (PMDB) e Francinalvo Leopoldo (PSB). Segundo o Regimento Interno da Casa, para a abertura dos trabalhos é necessária a presença de no mínimo sete vereadores. Depois de encerrada a sessão, apareceu no plenário o vereador Sargento Bastos (Pros).
A bancada de oposição se dirigiu à sala de imprensa e concedeu entrevista criticando a ‘manobra’ da ala situacionista. “Os vereadores da bancada do amém sabotaram a sessão ordinária desta terça-feira, 31, pois sabiam que a oposição faria um discurso contundente em relação aos ‘desvios’ praticados pelo prefeito condenado, Isaac Carvalho. Isso é uma vergonha. Depois ficam chateados quando eu digo que esses vereadores são hipócritas tem um discurso da tribuna, mas exercem práticas diferentes no cotidiano. O povo de Juazeiro tem de acordar. Vou citar três exemplos de desvios praticados pelo prefeito Isaac: o dinheiro das emendas do ex-deputado Edson Duarte para barragens e aguadas que o prefeito devolveu depois de denúncia de Antônio Carlos Chaves. Os recursos do Instituto de Previdência de Juazeiro, milhões de reais que foram desviados para Secretaria de Educação, Saúde e Social e nós representamos no Ministério Público Federal e o prefeito está devolvendo ao setor competente. E agora o TCM constatou o desvio de mais de R$ 112 milhões e o Tribunal de Justiça da Bahia condenou a prisão do prefeito e depois trocou por perda do mandato e inelegibilidade por cinco anos” desabafou José Carlos Medeiros.
“Isso é um descaso com a população de Juazeiro que precisa acordar para saber quais vereadores estão trabalhando em favor da cidade e aqueles que querem apenas usurpar o erário” declarou Francinalvo Leopoldo.
A vereadora Valdeci Alves (Neguinha da Santa Casa) ainda tentou usar a tribuna, mas foi impedida pelo presidente da Casa. “Fui procurada hoje por usuários do CAPs AD e CAPs I, porque lá estão usando os dois órgãos no mesmo espaço e a semana passada um usuário do CAPs AD tentar beijar uma criança e deu a maior confusão, e agora estão tentando separar os dois CAPs. Eu ia falar sobre isso, mas os vereadores governistas correram, fugiram porque não tem compromisso com o povo de Juazeiro. Essa câmara é omissa só faz o que o prefeito quer” declarou Valdeci Alves.
Outro que criticou veementemente a situação foi o vereador Benedito Marques, Popular Bené Marques. “Eu me sinto envergonhado como vereador e como cidadão. Independente da nossa situação política os vereadores deveriam comparecer porque nós somos muito bem pagos para defender os interesses da sociedade” expressou Bené.
“É um absurdo essa atitude dos vereadores governistas porque a saúde está um caos e eu fico preocupada por que quem vai sofrer as consequências é a população de Juazeiro. Eu tinha certeza que a sessão não iria acontecer hoje porque ontem no horário das inscrições os vereadores governistas deixaram transparecer que ocorreria essa manobra” detalhou Suzana Ramos.
Procurado pela nossa reportagem o presidente da Câmara Damião Medrado expressou. “Não posso assegurar que foi uma manobra para que a sessão não acontecesse porque alguns vereadores justificaram que estavam em um velório em Pinhões e outros se encontravam no Salitre e não chegariam a tempo, mas há de se ressaltar que este procedimento é legal e a própria oposição já se retirou do plenário para não ouvir os discursos da situação após perderem o bloco partidário”.
Sargento Bastos disse que estava no gabinete recebendo algumas lideranças comunitárias. “Não se trata de manobra. Não recebi nenhuma ligação para este tipo de combinação. Estava no meu gabinete e quando cheguei no plenário a sessão já tinha sido encerrada” explicou.
A bancada de oposição permaneceu na Câmara para participar da audiência pública de prestação de contas do quadrimestre da gestão municipal “em respeito ao povo de Juazeiro” concluiu Medeiros.
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