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Na contramão das campanhas eleitorais anteriores, os militantes e lideranças comunitárias que participaram da primeira reunião do Conselho Político destinado a discutir os eixos e linha programática da campanha do PSOL na capital baiana durante as eleições deste ano, apontaram a necessidade da legenda construir uma campanha popular, com ênfase na população mais pobre de Salvador. O recorte popular será um dos diferenciais desta campanha ao inovar no público alvo. As candidaturas do PSOL na Bahia ao longo dos anos foram mais direcionadas à classe média da cidade.

Segundo o Presidente do Diretório Municipal e pré-candidato a prefeito de Salvador pelo PSOL, Fábio Nogueira, o projeto de ACM Neto (DEM-BA) destinado aos soteropolitanos deve ser enxergado como uma "modernização conservadora autoritária" na qual promove a privatização dos espaços públicos, branqueamento das áreas consideradas "nobres" com maior concentração de investimento orçamentário da prefeitura, em detrimento dos bairros periféricos, de maioria negra, através de um processo de faxina étnica marcado por forte segregação socioespacial e sucateamento da educação e da saúde.

" O Programa Democrático Popular precisa dialogar com a realidade e as necessidades do povo e não se restringir a um discurso teórico, destinado à classe média. A plataforma eleitoral deve ser concebida como uma acumulação de forças com o objetivo de promover mudanças na sociedade e melhorar a vida da população mais pobre de Salvador", frisou Nogueira.

O candidato a Governador do PSOL nas eleições de 2014, Marcos Mendes, participou da reunião do Conselho Político e destacou a importância da campanha criar links entre ACM Neto, Temmer e Geddel Vieira Lima. Mendes ressaltou também sobre a necessidade do partido iniciar, o mais rápido possível, a campanha nos bairros mais populares através do projeto " PSOL Nas Ruas" . "Quando formos visitar os bairros, vamos ter que deixar claro à sociedade que o PDDU vai interferir na saúde, na educação, na moradia, nas reservas ambientais, vai atingir toda a cidade", pontuou Mendes, lembrando ainda que o racismo ambiental é muito recorrente em Salvador.

O militante do PSOL e do movimento negro, Walter Altino, frisou que o Conselho Político terá a missão de reunir e discutir os "pontos frágeis" da gestão de ACM Neto como, por exemplo, Altino citou a expulsão dos camelôs da Lapa através de uma política municipal que inviabiliza a economia popular. "Temos que dialogar com os setores populares. Não podemos adotar um socialismo europeu, nem nos restringir a fazer críticas à democracia burguesa. Devemos construir uma campanha com a cara da população de Salvador", pontuou. A reunião do Conselho Político ocorreu na manhã deste sábado(21), na sede do partido, localizada no Campo Grande.

Conselho Político aponta a necessidade de construir uma “Campanha Popular” do PSOL