Em seu depoimento no Conselho de Ética, nesta quinta-feira, 19, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que “nem uma criança acreditaria” que ele participou do esquema de corrupção da Petrobras. “Em 2006 eu fiz oposição ferrenha ao governo Lula, como alguém ia me dar o controle do petrolão?”, questionou. Segundo Cunha, “é muito fácil tentar encontrar um suposto chefe do petrolão para esconder a sujeira debaixo do tapete”.
O peemedebista disse que rompeu com o governo Dilma Rousseff por ser alvo de “manipulações”. Em seu questionamento, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) perguntou a Cunha se há uma conspiração contra ele e se existe, que essa conspiração é “planetária”, já que “envolve STF, PGR, delatores, Edison Lobão, Nestor Cerveró e o Ministério Público da Suíça, entre outros”.
Cunha respondeu que “não fala que tem conspiração apenas estranha a seletividade das investigações”. O peemedebista comentou ainda que “obviamente” sofre “contestação política”, mas que não era a sua intenção “fazer exposição de vitimização política” perante o colegiado. Cunha afirmou também que se sente “injustiçado”, mas que sabe que o processo é de “natureza política” e que buscará seus recursos.
Ele voltou a dizer que identificou diversas nulidades no processo do Conselho de Ética, que podem “zerar” o processo. “Não posso abrir mão do meu direito de defesa”, alegou. Segundo ele, mencionando o processo do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu suas prerrogativas como deputado federal recentemente, foram esses erros no processo que adiaram a análise de sua denúncia. “Querer me culpar do atraso do tempo do processo é me atribuir atos que não pratiquei. Se querem ser céleres, não decidam atos que possam ser questionados sobre nulidade, nem atos que possam ser questionados”, declarou.
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