DOCENTES DA UNEB LANÇAM LIVROS SOBRE O PARADIGMA CULTURAL, INFÂNCIA E O BRINCAR

16 de May / 2016 às 08h00 | Informativos

Acontece nesta segunda-feira, dia 16, às 19h, no Espaço Multimídia do Departamento de Ciências Humanas - Campus III da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, em Juazeiro – BA o ato de lançamento das seguintes obras:

1-Anotações sobre o brincar e a infância na contemporaneidade, que tem como organizadores os Professores Edilane Carvalho Teles e Edmerson dos Santos Reis;

 2-O Paradigma Cultural: interfaces e conexões, organizado pelos professores Edmerson dos Santos Reis e Josemar Martins Pinzoh.

Logo no prefácio da obra Anotações sobre o brincar e a infância na contemporaneidade, a Professora Vanderlea Andrade Pereira nos traz a reflexão: "Corpos em movimento, vestidos, despidos, fardados, soltos, vistos, vigiados, escapolidos enfim, delirantes. Assim fazem-se tessituras infantis pelos campos da vida; assim a escrita da criança redescobre a própria infância. Com Michel de Certeau (1994), dizemos que escrever é uma operação concreta, realizada por um sujeito sobre uma superfície que circunscreve um espaço próprio, no caso da presente obra, essa superfície é o devir criança. É por esse devir que os textos aqui postos se tecem, se anunciam e enunciam as diversas paisagens infantis. O advento da modernidade fez surgir uma imagem de criança idealizada e universal que passou a ser desenhada, projetada por algumas áreas do conhecimento, em especial, a psicologia, a biologia, a psicanálise e a pedagogia. A infância visível, porém, com poucas escritas fez com que essas áreas dela se ocupassem e com maior empenho se propuseram a responder: o que é a infância? E de lá até cá, quanto mais queremos responder menos nos aproximamos da infância. Porque quanto mais respondemos mais entramos na regra, no quadro, no conceito e menos deliramos e encontramos a infância".

Já Jose de Souza Silva, no prefácio do Livro o Paradigma Cultura: interfaces e conexões, nos provoca a sair do lugar comum da compreensão da realidade e do mundo: "Nossa realidade é o que nossa visão de mundo nos permite perceber. Uma visão de mundo é um conjunto articulado de verdades culturais que explicam o que é e como funciona a realidade. Essas verdades são construídas e transformadas ao longo da história de vida de cada ser humano, que geralmente não está consciente desse processo cultural e muito menos de sua dinâmica. Assim, ninguém vê a realidade com seus próprios olhos, mas através das verdades culturais constitutivas de sua visão de mundo. Porém, como cada indivíduo pertence a uma família, uma comunidade, uma etnia, uma classe social, um povo, uma sociedade, sua visão de mundo não é exclusivamente sua; ao longo de sua história de vida, sua percepção da realidade é construída e transformada em interação intercultural com outros. No processo, um determinado grupo de atores partilha verdades que dão sentido a sua existência como grupo social, ignora verdades que não integram sua história social nem sua história política e discorda de verdades que contradizem as verdades constitutivas da coerência de sua própria visão —cultural— de mundo. Portanto, não há uma, mas múltiplas realidades, todas dependentes das distintas visões de mundo dos diferentes grupos de atores sociais. Por isso, abundam os conflitos na interpretação e avaliação de uma realidade particular e nas propostas para sua transformação. Assim, para transformar uma realidade particular, é imprescindível transformar a percepção cultural vigente sobre ela".

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