O vice-presidente Michel Temer (PMDB) terá 10 mil cargos ocupados hoje por petistas para partilhar entre seus aliados, caso a presidente Dilma Rousseff (PT) seja afastada do cargo pelo Senado. Segundo levantamento feito pelo Globo, a partir do cruzamento de nomes de filiados ao PT, disponível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a lista de servidores comissionados do Portal da Transparência do governo federal, petistas ocupam 10% dos cargos dessa modalidade. A maior concentração de petistas está no Ministério do Desenvolvimento Agrário (25% do total de cargos comissionados), da qual faz parte o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que concentra 75% do orçamento do ministério e é comandado por petistas. F
lorisvaldo Souza, secretário de Organização do PT, afirmou que o número de cargos comissionados ocupados por correligionários mostra que o partido não aparelhou o Estado. "O que aconteceu foi uma distribuição dos cargos entre os aliados para governar, algo absolutamente normal", afirmou. Florisvaldo disse ainda que filiados ao Partido dos Trabalhadores não devem ficar no governo Temer. "O PT não reconhece um governo que não seja oriundo das urnas. Logo, um filiado ao PT não deve participar de um eventual governo Temer", acrescentou. Caso o vice-presidente assuma a chefia do país, a tendência é que o número de cargos comissionados não diminua, segundo o cientista político Marco Antônio Teixeira, da Fundação Getulio Vargas (FGV). "De início, o Temer dizia que, caso assumisse a Presidência, ia reduzir consideravelmente o número de ministérios. Hoje, a conversa já é outra, porque ele sabe que vai precisar acomodar todos os que estão dando suporte a ele nessas pastas, em cargos de confiança", afirmou.
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