A presidenta Dilma Rousseff comentou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastar, nesta quinta-feira (5), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de seu mandato como deputado federal. Durante a inauguração da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira (PA), Dilma disse que o afastamento de Cunha se deu “antes tarde do que nunca”.
“A única coisa que eu lamento, mas falo, antes tarde do que nunca, é que infelizmente ele conseguiu presidir, na cara de pau, o lamentável processo [de impeachment] na Câmara [dos Deputados]”.
A presidenta afirma que o impeachment é um claro desvio de poder de Eduardo Cunha. “Ele usa seu cargo para se vingar de nós, porque não nos curvamos às chantagens dele”.
Segundo Dilma, ela está sendo punida pela sua escolha de ficar do lado dos mais pobres. “Eu quero dizer que tenho orgulho das escolhas que fiz. Investi no desenvolvimento de todas as regiões do País, dando ênfase àquelas que mais precisavam, o Norte e o Nordeste. Escolhi priorizar os interesses do povo mais pobre. Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, Fies, ProUni, Pronatec, que aqui teve grande aceitação”.
Para a presidenta, o grande juiz do País é o povo brasileiro, por meio do voto secreto. Por isso, ela questionou a proposta – que pode ser colocada em prática caso ela seja afastada do cargo – de reduzir o Bolsa Família para 5% da população mais pobre do Brasil.
“Sabe quantas pessoas recebem hoje o Bolsa Família? São 46 milhões de pessoas. Se falassem isso para vocês, vocês votariam em quem quer diminuir de 46 para 10 milhões e querem jogar para escanteio 36 milhões de brasileiros? Não votariam não”.
Ela voltou a afirmar que o processo de impeachment não tem base legal. “Estão fazendo uma eleição indireta travestida de impeachment”. Ela destacou, ainda, que só a democracia respeita os direitos do povo. “Por isso temos de afirmar em alto e bom som que a democracia é o lado certo da historia. Não haverá perdão da história para os golpistas”.
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