O exdiretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou, em acordo de delação premiada, que propina da Petrobras articulada pelo então presidente da estatal José Sérgio Gabrielli abasteceu a campanha para governador da Bahia, em 2006, do petista Jaques Wagner, hoje ministro chefe de gabinete da presidente Dilma Rousseff.
O relato de Cerveró foi reproduzido pela PGR (Procuradoria Geral da República) em manifestação na qual pediu a inclusão de Wagner e Gabrielli como investigados no inquérito que apura a existência de uma organização criminosa na Petrobras, da Operação Lava Jato.
A PGR pediu a inclusão, como investigados, de integrantes da cúpula do PT e do PMDB, dentre eles o ex-presidente Lula. Para Cerveró, o apoio dado por Gabrielli com recursos desviados da estatal foi o que permitiu a Wagner virar as pesquisas de opinião em 2006 e se eleger, pela primeira vez, governador da Bahia.
Segundo Cerveró, esse apoio financeiro veio da diretoria de Abastecimento da Petrobras, por meio de operações de trading internacional. "Os volumes comercializados pela área de trading são gigantescos. Qualquer alteração de centavos no preço de comercialização do barril leva à geração de um grande volume de recursos e a diferenças gigantescas na aquisição final. Aí reside uma grande margem para propinas, por se tratar de um grande volume de recursos e difícil controle", afirmou Cerveró, de acordo com trecho disponibilizado pela PGR. E completou: "Grande parte desses recursos foi usada na campanha de Jaques Wagner em 2006".
Outra operação também rendeu aportes para a campanha do petista, de acordo com Cerveró. Foi a construção de um prédio para transferir a área financeira da Petrobras para Salvador. "A transferência da área financeira da Petrobras para Salvador foi para atender pretensões eleitorais de Jaques Wagner e Sérgio Gabrielli, mediante levantamento de recursos para suas campanhas, mas não tem informações mais detalhadas sobre como se deu esse levantamento de recursos", disse Cerveró.
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