Carlos Augusto Cruz
Médico e Advogado
Um antigo político mineiro, de nome Tancredo de Almeida Neves, assim ensinava aos seus pares, no Congresso Nacional.
Político dos mais experientes que este Brasil conheceu, tomou parte ativa em diversos entreveros nacionais onde, em alguns deles, seus pares na Câmara dos Deputados, viam como a última alternativa, o uso das mãos, do revólver, e da agressão física, ao uso da palavra, e olhem que eles eram parlamentares.
Do alto dos seus mais de sessenta anos de experiência política, sempre recomendava: - “Que briguem as ideias, os homens não!”.
Esta lição não tem sido repetida na Câmara Federal, pelo menos na atual legislatura, onde no domingo passado vimos as piores interpretações, de tapas, empurrões, cabeçadas, além do assassínio da nossa língua pátria, patrocinado pelos nossos dignos representantes.
Como já dizia o velho e sempre atual Ruy Barbosa: - “Cada povo tem o governo que merece!”.
Assim é que nós vimos uma Presidenta que após enganar o povo em troca de votos e sede de poder, colocou o país numa verdadeira “bancarrota”, ainda tem a coragem de ir para a televisão, repetindo por um sem número de vezes, que o seu “impeachment” não tem nenhuma razão de ser, que ela não cometeu nenhum deslize, ou crime de responsabilidade, querendo se contrapor até à palavra dos Doutos Ministros do STF, com numa velha tática por todos nós conhecida, que foi a técnica de Goebs, Coronel da SS Nazista, chefe da propaganda hitlerista, cujo princípio era o de repetir tantas vezes uma mentira, até que a população começasse a ter dúvidas sobre ela , e, em pouco tempo aquela mentira seria transformada numa verdade.
Não é assim que uma pessoa que tem status de Chefe de Estado deve agir. Ela deveria ter deixado esse expediente para a grande maioria dos Deputados Federais, que se dizem nossos representantes, e que no domingo estavam se estapeando em rede nacional, quiçá, mundial.
De tão solitários e jogados que os nossos representantes estavam no domingo da votação, bem como de tão sensíveis naquele momento, eles desfilaram um verdadeiro rosário de lamentações. Muitos foram os que votaram pela sua família, pelos seus filhos, pelos moradores de rua e, a nossa representação naquela casa é algo de tão inquestionável, que a esposa de determinado prefeito de uma cidade mineira, votou pela ombridade do seu esposo – prefeito da cidade – na tarde de ontem, e hoje cedo ele já foi preso pela Polícia Federal como envolvido em trambique. Grande representação...
Já não é mais hora de chorar sobre o leito derramado, as pedaladas foram tão verdadeiras que, após as mesmas, a Presidenta Dilma Rousseff é facilmente vista pedalando uma “bike”, pelas avenidas da Capital Federal.
Acredito que a mesma pedalou tanto que se acostumou com os pedais e tem desfilado sempre por Brasília na sua bike. Isto é: continua a pedalar!
Vamos parar com isso senhora Presidenta, chega de pedaladas! Chega de tanto amor ao poder. Chega de querer fingir que não fez nada!!!
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