Os efeitos da atual crise política brasileira parecem não acabar. Alguns inexperientes até podem crer que o afastamento da presidenta abre caminho para o fim das "crises" que nasceram com a Colônia Brasil. Mas as "crises" realmente acabam depois do processo de afastamento da nossa atual Chefe de Estado e Governo, pelo Congresso Nacional? Certamente teremos mais munição para ampliação das "crises" política, econômica, moral, institucional, etc.
O debate democrático não é ruim, mas pode descambar ninguém sabe aonde, pois em meio ao processo há os que defendem a saída, a permanência, "eleições gerais" para escolha do cargo de presidente ou para todos os cargos políticos. Isso me cheira o fim do período histórico da "Nova República". Então que passemos a "Novíssima República" ou qualquer outro regime que se instale no país, menos Ditadura Militar ou Civil. Ditaduras não servem. Mas quem conduziria esta moderna "república" ou sabe-se lá o que venha ser chamada a nova era – os sujos ou enlameados na imoralidade?
Michel Temer, um democrata ilibado, sério e corajoso. Sua coragem é tamanha que sendo presidente do maior partido da base do governo, para o qual foi eleito junto com a Dilma, decide não presidir a eleição que declararia a saída do governo, do qual ele próprio não pode sair sem renunciar ao cargo. Os demais personagens, os presidentes: Eduardo Cunha (Câmara), Renan Calheiros (Senado), Ricardo Lewandowski (Suprema Corte). Todos estes, personalidades inquestionáveis, mesmo que fiquem provisoriamente no comando da nação... Agora imaginem os possíveis eleitos nas supostas "eleições gerais", por nosso povo bem informado e muito bem instruído, afinal isso ninguém pode contestar que somos, afinal tudo sabemos e conhecemos – as "redes sociais" estão repletas de especialistas em tudo. Mas, afinal aonde vamos parar todos com nossas vozes neste imenso Brasil?
Talvez sem paz, Dilma, pátria educadora, saúde digna e sem economia justa e solidária, como ocorrem nas melhores democracias, especialmente nas monarquias. Então que sigamos a "nova era", com a escrita de uma nova Carta Magna, uma Constituição tão democrática quanto esta que está em processo de ser "rasgada". Porém esperanço um texto mais simples e capaz de criar elementos que evite as longas crises. Quem sabe não é chegada a hora de reinstituir o parlamentarismo no Brasil, como nos tempos de 1800. O país do futuro passaria a ser o país do presente e do passado, onde os governos acabam quando perdem o apoio parlamentar para aprovar seus projetos. Daí, em novas eleições, volta-se a escolher os novos líderes, que governam com e para o povo. Nova Constituição já, Brasil!
Por Jorge Galego
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