Opositores e partidários brigam em frente ao prédio de Lula em São Bernardo do Campo (SP), onde a Polícia Federal cumpre a 24ª fase da Operação Lava Jato, que começou em março de 2014 e investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo a Polícia Federal (PF), a operação ocorre na casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, e em outros pontos em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia. O Instituto Lula também é alvo da ação.
O ex-presidente é alvo de um dos mandados de condução para prestar esclarecimentos, segundo a Polícia Federal. Perto das 8h40, ele foi levado para o Aeroporto de Congonhas, em um carro descaracterizado, para depor à PF. Às 8h51, ele prestava depoimento dentro do aeroporto. O Instituto Lula disse que vai divulgar uma nota ao longo do dia sobre a operação desta sexta. O Instituto também afirmou que a entidade e o presidente Lula "sempre prestaram todas as informações solicitadas pelas autoridades".
Em rede social, PT critica mandado contra Lula: 'Precisamos todos reagir'
O perfil no Twitter do Partido dos Trabalhadores publicou uma mensagem na manhã desta sexta-feira (4) criticando a ação da Polícia Federal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na publicação, o partido aponta que o ato tem motivação política e tenta mobilizar os militantes da legenda. "#LulaPresoPolítico Não podemos deixar barato. Precisamos todos reagir. Agora!", diz a mensagem no Twitter.
Dilma pedalava enquanto PF cumpria mandado de condução contra Lula
Foto: Reprodução / TV Globo
No dia em que a Polícia Federal deflagrou a 24ª fase da Operação Lava, cujo principal alvo é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff saiu para pedalar às 6 da manhã, com faz habitualmente. Retornou ao Palácio da Alvorada pouco antes das 7 horas da manhã. Dilma acabou de deixar o Alvorada em direção ao Palácio do Planalto, embora sua primeira agenda do dia esteja marcada apenas para as 10 horas. O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, já está no Planalto e deve se reunir agora com Dilma. Desde cedo, as autoridades do governo estão a postos com a notícia de buscas em endereços e do mandado de condução coercitiva do ex-presidente. Essa decisão da Polícia Federal, embora já viesse sendo desenhado há muitos dias, de certa forma surpreendeu o núcleo político do governo pelo fato de incluir a coerção da Lula para depoimento de esclarecimentos. Com certeza, o fato vai tomar conta de todas as discussões políticas do governo e, de acordo, com um assessor palaciano é mais um ingrediente para elevar ainda mais a temperatura política, que já estava em alto grau ontem com a notícia da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS). O Planalto terminou o dia de ontem com a avaliação de que o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, tinha feita uma defesa enfática e bem-sucedida do governo no caso de Delcídio, mas reconheciam os estragos provocados contra o governo. O governo sabe que todos esses elementos podem contribuir para reacender o debate do impeachment e a manifestação popular marcada para o dia 13 de março está sendo vista como um momento decisivo para delinear o rumo desse processo.
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