Lembro-me do carnaval de outrora em Juazeiro, todos brincavam felizes e eu enxergava estarrecido, os palhaços e blocos que divertidos se manifestavam, na calçada, na praça ou nos bares em demonstração de entusiasmo, encanto e singularidade pueris. Os olhos de criança tudo viam e me deixava tranqüilo, esperando o momento mágico de sua aproximação, lança-perfumes jogavam e sorriam com o grupo imenso, sambando e cantando as músicas mais populares.
Afortunado era o momento em que os confetes eram lançados em meio à multidão, deixando nas cabeças um colorido impressionante. Eu gargalhava a toa, esperando que a farra jamais acabasse. Beijos, abraços e o rebolar ritmado da música enlouquecida. Agoniado pedia que me deixasse seguir as escolas de samba, os blocos alucinados e dessem as mãos clamando pela parceria infantil e inusitada, que frente a eles se entregava em insana expectativa e anseios mil.
"Você pensa que cachaça é água"!...Serpentina, confetes, lança-perfumes, cantoria e abre-alas, era a única coisa que se pensava em Juazeiro na Rua da Apolo em confluência com a Rua da 28 de Setembro totalmente enlouquecida, e todos pediam que os dias não acabassem e se expandissem num carnaval de eternas recordações. Quando o carnaval se aproxima, não posso esquecer do singelo espetáculo de minha infância a cantar em brados.
Pulando em ritmo contagiante nos clubes Apolo, 28 de Setembro, Artífices, Os Caçadores, enquanto nos despediamos das Escolas de samba, e os desfiles lindos e inebriantes. doenças contagiosas ninguém falava não existia, mas a evolução carece de precauções e cuidados especiais. Hoje o nosso Bloco Recordar é Viver ainda resiste no compasso apaixonante.
Esse seria nosso 16º ano de desfile, mas pela grave crise financeira deixamos de desfilar. Estamos nos organizando para voltar mais forte. Nosso bloco preza por sambinhas tradicionais, frevos, marchinhas e cheio de gente bonita... É sensacional", Além da alegria, dos foliões adultos, muitas crianças pequenas conseguiram curtir o carnaval com seus pais e muito confete. Mas a faixa-etária em geral é bem misturada.
Por Valterlino Pimentel da Silva (Pinguim)
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