Toda vez que vejo
Sua tez em fotografia
Uma tristeza profunda
Entumece o amargo
Na tragédia do meu dia
Dilacera o peito
Uma melancolia
Parecendo que nunca mais
Vou encontrar o jeito
De alguma alegria
A humanidade e o seu horror
Abrindo fenda ferida
Em sua própria cicatriz
Onde não dá pra imaginar tamanha dor
De quem te deu o sopro da vida
Não há tamanho castigo
Não pode haver o mínimo perdão
Mesmo sabendo que o ódio
Não acende o lume da razão
Sem razão, sem razão
Não tem fé
Não tem saída
Não tem revolta
Que possa trazer
De volta sua inocência
Quase divina do teu coração
No coração de mãe tão sofrida
Agora nem uma esperança na solidão
Se fosse o mundo feliz
Como o teu sorriso
Não era mundo inferno
Nem paraíso
Nem marcas de ferro
Em desenho de giz
Se chamaria o mundo
Doce menina Beatriz
Pedindo licença ao poeta que diz:
"Oh pedaço de mim, Oh metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu"
Esta canção, se um dia for comercializada, abrirei mão dos seus direitos
Ela não é minha, apenas escrevi.
Maurício Dias
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