"Precisamos aportar recursos para que os blocos afros continuem sendo referências importantes para a cultura baiana e brasileira. Tanto a prefeitura de Salvador quanto o governo da Bahia precisam avaliar essa questão para que em 2017 seja mantida a estrutura, com o mesmo brilho de sempre aqui no Ilê Aiyê e em muitos outros blocos tradicionais do povo negro". A declaração é do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), que esteve na saída do Ilê, neste sábado (6), junto com o governador Rui Costa (PT), representantes do movimento negro e de luta pela terra, como o dirigente nacional do MST, João Paulo Rodrigues, além de secretários de estado e diretores do bloco afro.
O petista ainda defendeu o financiamento de empresas públicas para o fortalecimento da tradição carnavalesca, como o governo da Bahia fez com a Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás) investindo recursos no Ilê. "Com a Petrobras envolvida em denúncias e com toda a situação que a afeta, não há outra empresa estatal que faça o papel que ela fazia antes, quando abria editais voltados para essa finalidade", frisa Assunção, ao lado da secretária de Promoção da Igualdade Racial, Vera Lúcia Barbosa, e dos representantes do movimento negro Ailton Ferreira e Raimundo Bujão. Valmir ainda esteve com o ator Lázaro Ramos, que marcou presença na saída do Ilê, na Ladeira do Curuzu, no bairro da Liberdade.
Assunção também destacou os 42 anos de existência do bloco e sua atenção para a beleza e os aspectos étnico e culturais da Bahia. Essa atenção foi refletida no tema do bloco deste ano, onde reverenciou uma das regiões mais efervescentes da cultura negra no estado, o recôncavo. "Trazer o tema 'Recôncavo Baiano é Afrodescendente' é reconhecer sua existência como um dos polos culturais da cultura afro. Temos de seguir valorizando essa cultura e fortalecer os laços institucionais para que investimentos ajudem a não só manter a tradição no carnaval, mas também manter como marco cultural do nosso estado".
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