As chuvas providenciais que contemplam a região de Irecê desde o início do ano poderiam salvar o Rio Jacaré,localizado às margens do rio São Francisco, entre as cidades de Morro do Chapéu e Barra do Mendes. No entanto, apesar do grande volume de água, o que se ver às margens do rio é um cenário devastador, com mortes de animais de diversas espécies. As barragens privadas na região são apontadas como as principais causas. Somente entre as nascentes de Barra do Mendes e América Dourada, são 28 reservatórios particulares que impedem as águas descerem para o rio São Francisco.
Segundo o pesquisador em projetos ambientais, Maykon Mendes, as barragens são construídas de forma desenfreada e sem qualquer fiscalização. “Além de impedir a passagem da água, as barragens não têm nenhuma viabilidade econômica porque não produzem energia elétrica. E quando as águas são aproveitadas, apenas um produtor se beneficia, prejudicando a fauna, a flora e os ribeirinhos”, relata Maykon, que coordena estudos In Loco no rio através do Programa Cofpisne Sustentável, que trabalha em parceria com diversos órgão na execução de ações de revitalização da bacia hidrográfica do rio São Francisco e da Caatinga.
A alternativa mais eficaz para salvar o rio, aponta Maykon, seria o rompimento das barragens. ‘A ineficácia do direito ambiental brasileiro é grande, mas com mobilização social conscientização e união da população, podemos conseguir o rompimento dessas barragens e salvar esse tão sofrido rio”, acrescenta o coordenador do Cofpisne Sustentável. De acordo com ele, o Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, e o INEMA, em Salvador, podem intervir na situação e que já existe um processo tramitando nesse sentido. (Pascoal Ferreira Irecê Repórter)
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