ARTIGO: Nosso lixo cultural de cada dia

21 de Jan / 2016 às 17h30 | Espaço do Leitor

 
Na tentativa desesperada de se contrapor ao processo de deteriorização "dialética" de sua audiência, que já foi absoluta no Brasil, a Rede Globo tenta dá a volta por cima reeditando mais uma vez o que de pior existe no lixo cultural televisivo que já existe no Brasil, que é a volta da programação em horário nobre do seu chamado também de âncora "Big Brother Brasil". 
 
Nada mais justo para a "Globo", somente para ela, fazer com que os brasileiros mais vez acredite que aquilo ali seja cultura, quando se sabe que apresentar o que de pior existe na natureza humana, que é a disputa desenfreada e doentia por uma pequena quantidade de dinheiro em relação ao que é arrecadado em patrocínio e ligações telefônicas de telespectadores, não é e nunca será cultura. Nada mais justo somente para ela!
 
Porém essa tentativa de mais uma vez imbecilizar a parcela da população que não tem dinheiro para consumir mídia com mais qualidade em canais televisivos "fechados" pode ser perigoso para quem já foi unanimidade nas mentes e nos corações dos brasileiros. Pois parece que os telespectadores cansaram de tanta asneiras, cenas libidinosas fúteis, intrigas pessoais e fofocas ao vivo e em cores para quem não tem opção cultural ver.
 
Esse programa da Rede Globo distorce, quando não assassina, um dos maiores clássicos da literatura mundial, que é a obra magistral do inglês George Orwell (1984). O Big Brother, em português "Grande Irmão", é um personagem sem rosto na obra literária, que influencia a todos em uma sociedade fictícia, transformando gente em mero instrumento de experiências para se criar imbecís "robopatas" e sem opinião própria. Porém isso na verdade é apenas literatura, mas a Rede Globo transforma isso em realidade em seu espaço mágico que ocupa as casas dos brasileiros.
 
Mas parece que não está mais dando certo, como comprova os índices de sua audiência. A estréia do "BBB16″, na última terça-feira (19), registrou o pior resultado de audiência entre todas as estréias do reality show. O programa marcou 24 pontos de média no Ibope, em São Paulo, na audiência consolidada (cada ponto equivale a 69 mil domicílios). Ou seja, enquanto no lançamento de seu primeiro programa "BBB1" a Globo teve 48,7 pontos de audiência consolidados, no ano passado em seu "BBB15" teve apenas 25 pontos e hoje nesse "BBB16" teve apenas 24 pontos. Ou seja, parece que de fato consumidores de televisão no Brasil estão cansados do consumo de lixo cultural, pois não basta ser inteligente, é preciso ter caráter.
 
Por Genaldo de Melo

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