Com a a morte de Mario Vargas Llosa, a imprensa nacional volta a destacar a Guerra de Canudos como Um lugar que respira história, com belezas naturais distintas, uma região marcada pelo sofrimento de seu povo e pela religiosidade. Assim pode ser definido o município de Canudos, no sertão da Bahia, palco da Guerra de Canudos e inspiração para o livro "A Guerra do Fim do Mundo", do escritor peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2010.
Llosa foi o primeiro escritor sul-americano a ganhar o Nobel de Literatura, desde Gabriel Garcia Márquez, em 1982. Ele passou vários meses no município em busca de inspiração e escrevendo os primeiros rascunhos do romance, baseado em vastas pesquisas e nos depoimentos de moradores das vilas de Canudos.
Inspirado nos fatos históricos da Guerra de Canudos, liderada pelo peregrino Antonio Conselheiro, que conseguiu reunir vários sertanejos na defesa da liberdade e justiça, o livro traz uma riqueza de detalhes sobre a vida do sertão baiano, com personagens reais e imaginários. Canudos também já foi tema de outros livros importantes como Os Sertões, de Euclides da Cunha.
O município é citado como uma boa opção para fazer turismo devido os locais onde foram travados os combates da guerra (1896 a 1897), que marcaram o período entre a queda da monarquia para a instalação do regime republicano no Brasil. Outra opção é o Roteiro das Milícias Republicanas, que mostra a bela paisagem, as serras, as aves raras e a vegetação típica do sertão, que é a caatinga.
Parque Estadual-Local procurado para estudos ecológicos, arqueológicos, científicos, históricos e educacionais, o Parque Estadual de Canudos (PEC) encanta os visitantes mais interessados na história da Guerra de Canudos. Ali existe uma espécie de sítio bélico, que preserva os pontos onde ocorreram as principais batalhas em uma área de aproximadamente 18 quilômetros quadrados.
Vários pontos de interesse histórico e arqueológico estão conservados no PEC, a exemplo do Vale da Degola, onde chefes expedicionários cortavam pescoços de jagunços, o Vale da Morte, onde militares sepultavam alguns defuntos, e o Alto do Maio - também conhecido como do Maia ou do Mário -, onde morreu o coronel Antônio Moreira César (1850-1897), comandante da terceira expedição. Destacam-se também a Fazenda Velha, a Pedra do Conselheiro, dentre outros.
SINOPSE LIVRO-A Guerra do Fim do Mundo pode ser considerado um raro exemplar dentro da vasta bibliografia de Mario Vargas Llosa, pois não segue o caminho traçado na maioria de suas obras. Em vez de optar por uma reunião de memórias e personagens familiarizados com sua vida pessoal, o autor mergulhou no sangrento confronto da Guerra de Canudos para tentar decifrar a verdadeira face por trás do mito chamado Antônio Conselheiro. Em 1977, Vargas Llosa iniciou este romance, após se encantar, cinco anos antes, com a leitura de Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha, obra que registrou o conflito com detalhes minuciosos e impressionantes. Um dos personagens, inclusive, é um jornalista com traços inspirados no próprio Euclides, principalmente pelo seu aspecto frágil.
A Guerra do Fim do Mundo é o primeiro romance que Vargas Llosa ambientou fora do Peru. Nele, o autor dá uma nova dimensão à história de Antônio Conselheiro, em que personagens de carne e osso, alguns reais, outros imaginados, empreendem uma saga sem paralelos na história do país.
© Copyright RedeGN. 2009 - 2025. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.