Há um século, a região conhecida como Brejo Paraibano foi um pólo nordestino importante na produção de café. O grão, que praticamente desapareceu na década de 1920, volta agora a ser o centro das atenções do engenheiro agrônomo Guilherme Silva de Podestá: o pesquisador e sua equipe da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) estão, desde 2017, revitalizando a cafeicultura da região
A cidade de Areia-Paraíba, conhecida por sua rica história cultural e arquitetura tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vêm se destacando no cenário nacional com o retorno da produção de café. Nos dias (09) e (10) de abril, o município sediará o “Conexão Nordeste – 1º Encontro de Cafeicultura do Brejo Paraibano”, um evento que reunirá produtores, pesquisadores, empreendedores e entusiastas do café no auditório do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFPB – Campus Areia.
O evento, realizado pelo Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf) e pela Associação de Turismo Rural e Cultural de Areia (Atura), tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável da cafeicultura regional, fomentando a troca de conhecimentos e experiências entre os participantes.
Além do impacto econômico e cultural, a cafeicultura de Areia tem atraído o interesse de pesquisadores. A tese de doutorado da pesquisadora Achilem Estevam, da UFCG, investiga a cogestão e a coprodução de serviços ecossistêmicos na área turística do café, analisando seus impactos sociais e ecológicos. A pesquisa, orientada pela professora Kettrin Farias, já gerou publicações científicas em nível nacional e internacional.
O professor aposentado da UFPB, Leonaldo Alves, desempenhou um papel fundamental no projeto de produção associada ao turismo que impulsionou a Rota do Café na Paraíba. Como presidente da Atura, ele integrou o café gourmet à experiência turística, estimulando a produção local e fortalecendo a conexão entre agricultura e turismo na região.
A doutoranda Achilem Estevam expressou sua dedicação à pesquisa, visando propor diretrizes que contribuam para os aspectos ambientais e sociais da comunidade areiense. A previsão de entrega da tese é para o final do primeiro semestre de 2026, e será divulgada em bases de dados científicas e no site do programa de pós-graduação.
Com um evento de projeção nacional e estudos acadêmicos aprofundando os desafios e oportunidades da cafeicultura local, Areia reafirma sua posição como um dos principais polos do café no Nordeste, unindo tradição, inovação e sustentabilidade no desenvolvimento da região.
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