"O sarampo se transmite muito mais fácil que a própria covid-19", alertou o professor epidemiologista Wildo Navegantes, da Universidade de Brasília (UnB). O médico adverte que embora o Brasil tenha retomado o certificado de país livre do sarampo, "basta não mantermos a cobertura vacinal alta, e não fazermos nosso trabalho de vigilância", para que o país volte a ser afetado pela doença.
Além das crianças, o especialista ressaltou que adultos não vacinados, ou que não lembram se tomaram a vacina, podem ir até os postos de saúde e fazer a imunização. "São vacinas que têm dezenas de anos, sendo usadas em vários países. Não tem risco algum tomar vacina para sarampo", ressaltou. O epidemiologista comentou também sobre os casos de dengue, comuns nesta época do ano, e de covid-19. Embora o país não esteja em um momento de surto das doenças, é necessário manter a vigilância.
Navegantes afirmou que o sistema de saúde está mais preparado para combater a dengue, mas a cobertura ainda não é a ideal. "Os determinantes que favorecem a ocorrência da dengue não mudaram, as cidades não mudaram, os comportamentos humanos não mudaram tanto assim", ressaltou.
O aumento dos casos de covid-19 em 2025 também é motivo de alerta. Mesmo com o fim da pandemia, os hábitos de higienização são fundamentais. "Se está doente, com quadro de resfriado, volte a usar a máscara", aconselhou. Em 2025, o Brasil registrou 11.467 casos e 193 mortes pela doença.
"Faz sentido o alerta, eu diria que nós, pais ou responsáveis, temos que ficar ligados e pensando que é uma doença que já circulou, tivemos muitos casos no Brasil. Hoje em dia, nós não temos essa quantidade de casos, porém o mais importante é pensar que existe uma vacina que está disponível no centro de saúde e basta levar a criança com o cartão vacinal. O sarampo é uma doença que mata. Na minha geração, quando criança, nós víamos grandes quantidades de casos no Brasil, e, hoje, é bom falar que o Brasil conseguiu controlar o sarampo com as vacinas. Como nós temos a volta do período escolar, é estratégico que tentemos conter essa possível transmissão de doença mediante vacinação", finalizou.
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