Não consigo fazer uma introdução para o que eu penso em escrever. Só sei que é por demais pesaroso começar uma segunda feira com uma faixa de luto estendida na sacada do prédio de seu local de trabalho.
Parece tudo muito confuso, inexplicável, emocionalmente aflitivo para nossa condição humana.
Queria falar sobre Antônio Ferreira da Silva (o primeiro da fotografia da esquerda para a direita), o nosso 'Toinho' aqui do TJPE e para os de fora - 'Ferreirinha'. Ambos apelidos no grau diminutivo para mimar, acarinhar, como fazemos com nossos filhos quando bebês. Ele se aposentou recentemente e começava a gozar da tranquilidade proporcionada após anos de trabalho a fio.
Antônio era desses colegas/amigos, sempre com um sorriso no rosto, pesquisador de nossos direitos, trazendo boas notícias sobre nossas conquistas enquanto servidores do Tribunal de Justiça. Do seu sorriso e de sua fala mansa e acolhedora, ficará registrado a sua marca.
Confesso a vocês que ainda não consegui processar o seu falecimento. A cessação definitiva da vida, das funções vitais, sociais e psíquicas do ser humano é intolerável.
Não bastasse a dor imensa por essa perda, no dia seguinte falece o seu irmão - Nascimento Ferreira “Kadoca”, por um infarto fulminante. Quanta dor para essa família... Deus tenha misericórdia de todos aqueles que estão sofrendo com essas grandes perdas. Em especial, as esposas e filhos dos falecidos.
Existirmos a que será que se destina? Questionou o poeta e compositor Caetano Veloso em um dos versos de sua música intitulada “Cajuína”. Qual a finalidade de nossa existência diante da efemeridade da vida que é repleta de belezas e mistérios? Me coloco como sujeito dessa reflexão. Até porque o desfecho da vida é a morte e de tão democrática, ninguém escapará.
Filosofando, penso que importante é saber o que fazemos no intervalo entre o nascimento e a morte. Será que estaremos sempre a esperar? Férias, fim de ano, aposentadoria? Não seríamos como Pedro Pedreiro da canção de Chico Buarque que diz: "Pedro pedreiro penseiro esperando o trem. Manhã, parece, carece de esperar também para o bem de quem tem bem, de quem não tem vintém. Pedro pedreiro fica assim pensando, assim pensando o tempo passa e a gente vai ficando pra trás... esperando, esperando, esperando..."
Pense nisso! A vida é aqui e agora, respeitando aos que pensam diferente.
Suely Almeida
Servidora do TJPE
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