Um novo ciclo de estiagem colocou em alerta setores públicos e privados em diversas localidades do Nordeste. Resultado da combinação do fenômeno El Niño com a mudança climática e ações antrópicas, como queimadas, a seca intensificada pode comprometer a economia regional em sua melhor temporada: as férias de verão.
A chegada de turistas à região, em busca das praias paradisíacas, aumenta a pressão sobre os sistemas de abastecimento de água. Em destinos como Porto de Galinhas, cada vez mais adensado pela exploração imobiliária, a situação é crítica, com registros de falta d’água já durante o feriado do Réveillon. As barragens Bita e Utinga, que atendem o Litoral Sul e adjacências, estão em estado de pré-colapso, com apenas 13% e 13,8% de seus volumes, respectivamente.
Como mostrou reportagem do portal Movimento Econômico, a crise hídrica não afeta apenas Pernambuco, cujas medidas tardias foram anunciadas no último dia 30 de dezembro. Dados do último boletim publicado pelo Monitor de Secas, da Agência Nacional de Águas (ANA), mostram que houve avanço da seca moderada também no Maranhão, Alagoas e Sergipe. No nordeste da Bahia, a situação é ainda pior, com aumento significativo da área afetada por seca grave.
No Ceará, registrou-se avanço da seca fraca no norte e da seca moderada no centro e sul do estado. Em Sergipe, onde a seca moderada evoluiu para grave, o abastecimento de água está comprometido, especialmente no Sertão e no Agreste.
Em Alagoas, as cidades mais afetadas são Belo Monte, Olho d’Água Grande, Porto Real do Colégio e São Brás. Lá, a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) executa o Programa Mais Águas Alagoas, que prevê investimentos de R$ 6 bilhões para garantir segurança hídrica e combater a intermitência no abastecimento de água. Especialistas alertam para a necessidade de preservação das nascentes, com atenção especial às matas ciliares.
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