O atendimento a pessoas com deficiência auditiva e visual na área da saúde foi o tema do Seminário “Atendimento em Saúde para Pessoas Surdocegas: como proceder?”, promovido pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) na última sexta-feira (6).
O evento foi realizado no auditório da biblioteca do Campus Sede, em Petrolina (PE), e reuniu estudantes, professores e profissionais, com uma programação voltada ao compartilhamento de conhecimentos teóricos e práticos sobre o atendimento a pessoas surdocegas.
O seminário teve início com a palestra “Atendimento em Saúde a Pessoas Surdocegas: como proceder?”, ministrada pela docente Braillista da Universidade de Pernambuco (UPE), Ana Rosa Aroucha. A programação também contou com roda de conversa com pessoas surdocegas de Petrolina. O evento buscou aprimorar a atuação de profissionais da área, destacando metodologias de comunicação, recursos de acessibilidade e inovações para o atendimento a essa comunidade. Além disso, abordou os aspectos do dia a dia de quem convive com a surdocegueira e os diferentes tipos dessa condição.
A discente do 6º período do curso de Psicologia da Univasf, Eduarda Freire Barbosa, conta que teve o primeiro contato com a surdocegueira em uma aula da disciplina “Psicologia e Pessoa com Deficiência”, ministrada pela professora Karla Danielle Luz. “Acredito que, enquanto futura psicóloga, esse tipo de evento tem muito a agregar à minha trajetória, principalmente na vida profissional. Esta é a primeira vez que tenho contato com a temática desde aquela aula, então estou empolgada, porque é realmente algo pouco abordado e extremamente importante para a sociedade”, comentou a estudante.
A relevância social da temática do evento foi o que atraiu a tradutora e intérprete de Libras Erika Lima a participar. Ela, que também atua na área da educação, acredita que é necessário se aperfeiçoar em temas como este, pois a comunidade de pessoas surdocegas tende a ser marginalizada. “Além de contribuir para a inclusão dessas pessoas na sociedade, um evento com essa temática amplia nosso conhecimento como profissionais e auxilia para que ofereçamos um atendimento mais inclusivo e consciente, algo que todo profissional deve buscar”, ressaltou a tradutora.
Para a palestrante Ana Rosa Aroucha, promover eventos como este é importante para discutir e repensar o papel das pessoas surdocegas na sociedade e conhecer os seus métodos de comunicação. “As causas da surdocegueira são diversas, e eu espero que os participantes reproduzam as informações adquiridas aqui e as compartilhem, para que mais pessoas tenham acesso e conhecimento sobre o tema”, afirmou.
Segundo a coordenadora em exercício do NAI, Maria de Fátima Paixão Feitosa, o setor promoveu o evento para oferecer aos profissionais, docentes e discentes dos cursos da área de saúde da Univasf informações sobre a surdocegueira. “Por meio da palestra da professora Ana Rosa, foi possível conhecer os variados diagnósticos e tipos de surdocegueira existentes. Muitas vezes, ao pensar nessa deficiência, acreditamos que ela se resume a uma condição de cegueira e surdez total, mas isso não é verdade. A palestra trouxe um conhecimento amplo sobre os diversos tipos dessa condição, que ainda são pouco conhecidos pela sociedade”, afirmou Maria de Fátima.
Mais informações sobre o NAI e os eventos realizados pelo setor estão disponíveis no Instagram e no site.
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