No Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres (6), a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) assinaram uma carta compromisso.
O documento visa o desenvolvimento de uma série de ações voltadas para a promoção da igualdade de gênero e pelo feminicídio zero na Bahia.
A carta foi assinada durante o lançamento da Campanha Laço Branco, em um workshop para o engajamento dos profissionais da segurança pública no enfrentamento à violência contra as mulheres, que aconteceu no Centro de Operações e Inteligência da Segurança Pública (COI), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, com as presenças da secretária da SPM, Neusa Cadore, e do secretário da SSP, Marcelo Werner.
Neusa Cadore lembrou a morte das 14 mulheres no Canadá, em 1989, que originou a Campanha do Laço Branco, a partir do envolvimento de homens pelo fim da violência. A secretária ressaltou as estatísticas de violência contra as mulheres no Brasil; falou sobre a Campanha pelo Feminicídio Zero; e enfatizou o papel das forças da segurança pública.
"Esse é um momento especial, em que unimos ainda mais as nossas forças, porque a luta pelo fim da violência não pode ser uma luta só das mulheres, tem que ser uma luta de todas as pessoas. É muito importante, é muito potente o apoio dos homens e, em especial dos agentes da segurança pública, que desenvolvem um papel crucial no cotidiano, podendo ouvir, acolher, proteger, garantir que leis, como a Maria da Penha, sejam cumpridas e, efetivamente, salvar vidas. Nesse sentido, a gente agradece o acolhimento e tem a certeza de que este é um novo momento na história para todas e todos nós", afirmou Cadore.
Marcelo Werner destacou os investimentos que o Estado vem fazendo, como a implantação de equipamentos, a exemplo das Delegacias e Núcleos Especializados no Atendimento à Mulher (Deam e Neam) e falou da importância das ações integradas com a SPM.
"Reafirmo o nosso compromisso com a SPM; com o enfrentamento a qualquer tipo de violência contra a mulher; com o fortalecimento dessa integração e com o engajamento dos profissionais das Forças de Segurança. Fizemos questão de participar da Campanha Laço Branco, mostrando que nós estamos juntos nessa causa e em todas as outras tão importantes para a erradicação da violência de gênero", enfatizou.
Sobre a carta - A carta compromisso propõe ações, como formações e até a elaboração de um código de conduta no atendimento às mulheres vítimas de violência. O objetivo é promover a reflexão dos profissionais sobre masculinidades saudáveis; sobre policiamento e investigações respeitosas e sem revitimização da vítima; apoiar programas educativos para homens e meninos; e criar espaços seguros para discussões sobre masculinidades positivas. Outra perspectiva é promover campanhas de sensibilização da responsabilidade de se proteger as vítimas, responsabilizando os agressores.
Presente ao evento, o tenente PM Sampaio, falou sobre o impacto dessas ações no cotidiano de trabalho dos profissionais. "Essa é uma iniciativa extremamente positiva. A Polícia Militar, em todas as ações, em todas as instruções, cursos, palestras, já tem esse olhar de cuidado, inclusive, de ensinar, de instruir os policiais, os militares, quanto a esse cuidado com relação ao público em geral e muito mais com as mulheres. Então, toda instrução, todo o conhecimento ele é sempre muito bem-vindo", destacou.
Campanha Laço Branco - A atividade marca o início da Campanha Laço Branco, que está presente em todos os continentes e em mais de 55 países. No dia 6 de dezembro de 1989, 14 mulheres foram assassinadas na Escola Politécnica de Montreal, no Canadá, ato que ficou conhecido como o "Massacre de Montreal". Isso desencadeou uma mobilização por homens canadenses que usaram o laço branco denunciando a existência de homens que cometem a violência contra a mulher, mas que também têm aqueles que repudiam essa violência.
A Campanha do Laço Branco é apontada pela ONU como a maior iniciativa mundial voltada para o envolvimento dos homens com a temática da violência contra a mulher. A iniciativa integra ainda a Campanha dos 21 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, iniciada no dia 20 de novembro e se encerra no dia 10 de dezembro, dia em que foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
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