“Se fosse uma homenagem a Paulo Coelho a prefeitura já teria resolvido”, diz Lóssio Filho sobre polêmica da obra do artista Ledo Ivo, em Petrolina

07 de Nov / 2024 às 09h29 | Política

A polêmica envolvendo obras de arte feitas em Petrolina pelo artista plástico juazeirense, Ledo Ivo, segue repercutindo no Vale do São Francisco, após o escultor se acorrentar dentro da igreja católica do município, como uma forma de protesto para que a prefeitura, segundo o artista, “pague o que deve”.

A obra em questão é uma praça de 600m², com um monumento em bronze e inox em homenagem a Osvaldo Coelho, em frente à Univasf. Ledo Ivo alega que em 2016 foi contratado para fazer esse serviço, pelo então prefeito, Júlio Lóssio, recebeu uma parte, a obra começou, sofrendo descontinuidade em função da falta de pagamento do restante, por Lóssio e pelos governos que se seguiram, de Miguel Coelho e Simão Durando.

Acorrentado na igreja, Ledo promete não sair enquanto não houver o pagamento: “Pedi perdão ao padre, ao pároco e a todos os fiéis pela intrusão, mas é porque já tem oito anos que a prefeitura me deve uma obra que me encomendou e não honrou. Já se vão três prefeitos e não honraram”, declarou.

Diante da repercussão, Júlio Lóssio Filho, filho do ex-prefeito Lóssio, usou suas redes sociais para defender o pai. “O prefeito Júlio Lóssio foi o prefeito que mais valorizou sua arte (de Ledo Ivo), contratou, foi entregue e pagou a obra por exemplo a dos Pracinhas, que retrata os combatentes de Petrolina que foram servir na segunda guerra mundial... da Bíblia, que fica em frente ao antigo Macro...a obra do Padre Cícero em homenagem a Dom Malan, que fica ali na frente da catedral, enfim, diversas obras feitas por Ledo Ivo na Gestão do ex-prefeito Júlio Lóssio, contratadas, entregues e pagas”, relatou.

Em relação à obra que Ledo Ivo acusa o não recebimento, da Praça em homenagem a Osvaldo Coelho, Lóssio Filho lembra que foi uma homenagem pela luta de Osvaldo para a conquista da Univasf, que foi contratada no final da gestão do seu pai, foi paga a entrada, “algo em torno de R$ 114 mil, 30%% do valor da obra, salvo engano, e ela precisava ser entregue para ser quitada, como é tudo na administração pública. Ocorre que a obra não foi entregue no prazo estabelecido e como ela não foi entregue não poderia ter sido realizado o pagamento, isso é algo óbvio, porque se a prefeitura pagasse por uma obra que ainda não tivesse sido entregue, quem estaria respondendo na justiça seria a prefeitura e no caso o ex-prefeito Júliio Lóssio. Isso já foi alvo de ação na justiça que reconheceu que a prefeitura não poderia pagar por uma obra que não estivesse pronta, que não estivesse entregue”, declarou.

Para Lóssio Filho, a Prefeitura, após a saída do seu pai, poderia ter resolvido, “repactuando a obra” e se entendo com o artista para que ele entregasse a obra e “recebesse o pagamento devido”. 

Lóssio Filho insinuou ainda, nas suas redes sociais, que “se fosse uma obra de “Paulo Coelho”, pai de Fernando e avô de Miguel Coelho, prefeito que assumiu após Lóssio, o problema teria sido resolvido:

Eu não tenho dúvida que se fosse uma obra de Paulo Coelho, isso já teria sido resolvido, mas como era de Dr. Osvaldo, infelizmente por uma questão meramente política, eles não tiveram interesse na continuidade dessa obra e eu lamento muito, porque seria uma forma de reconhecer a obra, a vida, o trabalho e a luta de Dr. Osvaldo e também de valorizar o artista Ledo Ivo”, destacou.

Enquanto o problema persiste e a dívida não é reconhecida pela prefeitura, Ledo ivo é taxativo: “Vou ficar aqui acorrentado, fazendo greve de fome, fazer minhas necessidades cagando, mijando, fazendo tudo aqui dentro da igreja até que façam um acordo de pagamento comigo” decretou.

Da redação redeGN

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