O produtor orgânico, Marcos Palmeira viaja pelo Brasil em busca de experiências de sucesso e casos de trabalho que resultam em qualidade de vida. Dessa vez, o destaque é Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga. Marcos Palmeira gravou nesta quarta-feira (6), sobre a desertificação na região do semiárido, programa que será exibido na TV Futura, o “Manual de Sobrevivência para o século 21.
O ator foi conhecer a Associação de Agricultores Familiares da Serra dos Paus Doias que tem a missão de produzir preservando a vida no Semiárido gerando renda, emprego e sustentabilidade. Este ano, a Associação Agrodoia recebu o Premio Vasconcelos Sobrinho 2024, devido a dedicação ao Sistema Agroflorestal com meio ambiente, agricultura e Escola Sustentável.
"Impressionado. É um trabalho diferenciado, merece ser valorizado. Estou emocionado e feliz em conhecer o trabalho deles. Valorizam as plantas medicinais, oleos essenciais, focam o trabalho em conhecimento ancestral e tudo compartilhado com outras famílias.", disse Marcos Palmeira.
Ano passado a REDEGN destacou a reportagem Agrofloresta: Mestrandos em Extensão Rural-Universidade Federal do Vale do São Francisco visitam Serra dos Paus Doias, em Exu (PE).
Marcos Palmeira e Equipe conheceram a Agrodoia um Território de restauração e regeneração, referência de prática agroflorestal no país, a agrofloresta criada e manejada por Maria Silvanete e Vilmar Lermen, suas filhas, Fernanda e Débora, e filhos, Jeferson e Pedro, se apresenta como um manto verde germinado na paisagem do semiárido, onde abundam centenas de cultivares, plantas medicinais, árvores, abelhas e outros seres que ali habitam, convivem e transformam o ambiente em busca de um bem viver.
Maria Silvanete Lermen é educadora popular, orientadora em saúde comunitária, benzedeira de mãos postas, orientadora de portais ancestrais, agroflorestora, praticante e pesquisadora das vivências dos povos. Vilmar Lermen é agricultor agroflorestal, possui mestrado em extensão rural na Univasf.
Em contato com a REDEGN, a comunicadora da Agrodóia e do Espaço Maiêutica, Fernanda Lermen, ressaltou que @manualdesobrivivencia, Marcos Palemeira veio para Exu para falar de agrofloresta, como maneira de combater a desertificação e assim "conhecer a experiência de duas famílias da Agrodóia, a família Lermen e família Cavalcanti.
"O objetivo é enfrentar o processo das mudanças climáticas que estão ocasionando sérios problemas ambientais, por exemplo a desertificação. A agrofloresta é um caminho para o combate a este problema que afeta várias regiões no mundo atualmente", explica Fernanda Lermen.
A desertificação tem avançado na Caatinga por causa de mudanças climáticas que estão ocorrendo no mundo todo. Nos últimos 36 anos, o Bioma Caatinga, que só existe no Brasil, já perdeu 40% da área de rios e lagoas e 10% da vegetação nativa, segundo um levantamento da rede Mapbiomas.
Em Pernambuco, por exemplo, 123 dos 184 municípios estão correndo o risco de desertificação, segundo um estudo do qual participou o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Iêdo Bezerra Sá.
A caatinga ocupa um décimo do território nacional, quase todo no Nordeste. O seu nome vem do Tupi e significa "Mata Branca", que é a aparência da vegetação durante a seca.
Ao longo de quase 25 anos vivendo e trabalhando na zona rural de Juazeiro (Bahia), a agricultora Ana Lucia da Silva, 41 anos, viu a paisagem e o clima do lugar mudarem. Ela conta que já não consegue mais plantar mandioca e mamona, por exemplo, assim como faziam seus pais e avós. "Está cada vez mais quente. As chuvas diminuíram, e, quando vem, é por um curto período. Depois, só no outro ano. A gente sai para trabalhar porque é obrigado. Vai na roça aguentando o calor, solzão na cabeça, não é fácil, não".
Ana Lucia é uma das moradoras da primeira região árida do Brasil, identificada por pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) em cinco municípios do nordeste da Bahia: Rodelas, Juazeiro, Abaré, Chorrochó e Macururé e que ocupam uma área de 5,7 mil km².
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