Aliados de longas datas no governo da Bahia, PT e PSD protagonizaram alguns embates diretos em municípios baianos. Em 53 cidades, as duas siglas duelaram pela preferência do eleitorado e o processo para o pleito escancarou alguns pontos de conflito.
Apesar disso, o senador Otto Alencar, que também é presidente do PSD no estado, garante que a rota até a eleição estadual de 2026 não terá "sequelas" políticas atreladas ao pleito deste ano. A avaliação foi feita em entrevista ao Bahia Notícias. Após embate direto entre PT e PSD em 53 cidades, Otto garante que processo eleitoral não deixa rusgas entre os aliados
"Não vai ficar sequela nenhuma, pelo menos comigo. Isso já aconteceu na outra eleição de 2020 e não ficou nenhuma sequela. Depois tem que sentar, conversar, ver as razões de cada um. E mensurar o que cada liderança em cada município tem de possibilidade de participação no governo. Até porque todos eles que disputaram a eleição agora ajudaram na campanha do governador Jerônimo. E na minha cabeça quem participa da campanha participa do governo. Então cada liderança dessa de cada município tem um percentual de votos que contribuiu pra a eleição do governador e Jerônimo tem consciência disso e dá o espaço a cada um, todos têm espaço no governo.", disse.
"Mas se alguém vai se mover por mágoas, por ódios, ressentimentos, a política deixa de ser um processo de causa, de projeto, para ser um processo de ordem pessoal da natureza de cada um. Tem gente que se movimenta pelo ódio e fica escravo do ódio. Odiando o tempo todo por vários motivos. Não é o meu caso. Estou em uma causa, a do Lula a nível nacional e a causa aqui do governador Jerônimo. Eu acho que todos nós temos que pensar nisso", acrescentou.
Na oportunidade, Otto também falou sobre os casos de Ilhéus e Juazeiro, cidades onde o tensionamento entre os partidos foi mais acentuado.
"Tivemos uma eleição em Bom Jesus da Lapa e o senador Jaques Wagner foi dar apoio ao candidato do PT, e eu fui dar apoio ao candidato do meu partido, o Eures Ribeiro. Em Ilhéus, a candidatura que foi colocada pelo prefeito [Marão] foi uma que eu inclusive conversei com ele, aconselhei que fizesse uma aliança com o PT. Era o caminho mais conveniente, ele foi prefeito duas vezes, a esposa deputada, eu orientei assim, mas ele não quis. Foi para a campanha, perdeu, e ele já absorveu a derrota", avaliou.
"E o caso de Juazeiro o candidato é filiado ao PSD, que é o sobrinho do Isaac [Carvalho]. Como eu sou presidente do partido, ele me pediu pra ir lá no município. Lamentavelmente também ele não teve sucesso", finalizou o senador.
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