Artigo - Brasil é o 4º maior mercado de produtos de limpeza, mas consumidor ainda investe apenas 4% da média mundial, em função do mix mais básico e da informalidade no país

13 de Oct / 2024 às 23h00 | Espaço do Leitor

De acordo com dados divulgados no Anuário 2024 da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional, com base em um estudo da Euromonitor International, o Brasil, que é atualmente o 4º maior mercado de produtos de limpeza do mundo, tem um consumo per capita de saneantes que equivale a 4% da média mundial. 

O brasileiro gasta, em média, US$ 7,55 mensais, enquanto o restante do planeta investe US$ 186,33. O País perde até para a média da América Latina, que investe US$ 24,98 em produtos de limpeza.

“A informalidade no mercado de saneantes, apesar de ter caído nos últimos anos, é um dos motivos para essa diferença em relação aos outros países. Além disso, as misturas caseiras de produtos de limpeza, que são extremamente perigosas para os consumidores e para a saúde pública, acabam, em algumas situações, ocupando o espaço de produtos de limpeza”, analisa Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA, lembrando que os saneantes clandestinos representam 11% de todo o setor de produtos de limpeza de uso doméstico, de acordo com a pesquisa de informalidade realizada pela entidade neste ano. O índice representa uma queda de 50% em relação ao estudo de 2021 (eram 22%).

Engler, no entanto, destaca que a disparidade nos números, na comparação com outros países, também traz dados positivos. “O primeiro deles é a prova de que o produto de limpeza brasileiro é acessível à população. Estimamos que até 80% dos consumidores brasileiros consomem um mix básico de itens de limpeza, ou seja, apenas artigos essenciais para a limpeza doméstica e de pequenos negócios. Além disso, os fabricantes possuem diferentes linhas, projetadas para diferentes perfis de consumidores, o que permite um acesso quase universal ao mercado de saneantes. Outro ponto positivo é que, claramente, o mercado nacional tem um grande potencial para crescimento, no consumo per capita”, destaca.

Engler explica que esse potencial não é pelo aumento dos preços dos produtos de limpeza no País, mas pela chegada de itens cada vez mais sofisticados ao mercado nacional. “Um dos segmentos com maior potencial de crescimento – e que pode elevar o consumo per capita nacional – é o de saneantes que aliam praticidade, alta eficiência, tecnologia e características sustentáveis. São produtos que demandam muito investimento em pesquisa e que, naturalmente, podem elevar o tíquete médio de saneantes”, afirma. “A verdade é que há uma possibilidade de alta no consumo per capita sem necessariamente aumento nos preços de produtos de limpeza básicos”, completa.

Para comprovar a teoria, o diretor-executivo da ABIPLA cita a própria variação de preços de produtos de limpeza no ano. Segundo dados do INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor, a inflação setorial está negativa, em 2,23% no período de janeiro a agosto de 2024. Já os 12 meses anteriores a agosto mostram uma deflação de 3,99%. “Isso é uma prova de que não é necessário aumento de preços para a elevação do tíquete médio, tanto que os fabricantes lançam, com frequência, produtos de alto valor agregado no mercado, têm boa aceitação, e, mesmo assim, o setor acumula deflação nos indicadores oficiais.”

Eleições da ABIPLA

A ABIPLA realizou eleições para a definição da diretoria que comandará a entidade no próximo triênio (2025/2027). Juliana Marra foi reeleita presidente da entidade e também está à frente do IdQ - Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química. 

Sobre a ABIPLA

Fundada em 1976, a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA) representa os fabricantes de sabões, detergentes, desengordurantes, produtos de limpeza, polimento e inseticidas domissanitários, promovendo discussões sobre competitividade, inovação, saúde pública, marcos regulatórios e consumo sustentável. O setor movimenta US$ 7,5 bilhões anuais e responde por, aproximadamente, 93 mil empregos diretos.

Perfil do porta-voz

Paulo Engler é formado em Direito pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e Mestre em Direito Tributário pela PUC-SP. Ocupou cargos de direção em multinacionais e em associações setoriais de grande porte. Atualmente, é diretor-executivo da ABIPL

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